Moro marca depoimento de Lula sobre sítio de Atibaia

Mais cedo, desembargador do TRF1 suspendeu interrogatório do ex-presidente, previsto para amanhã, em uma ação penal sobre a Operação Zelotes

Foto: José Cruz / Agência Brasil / CP

O juiz federal Sérgio Moro marcou para 11 de setembro o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ação penal que trata das reformas realizadas no Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), frequentado pela família de Lula.

O ex-presidente, que segue preso na Superintendência da Policia Federal em Curitiba, e ex-executivos das empreiteiras Odebrecht e da OAS são réus no processo.

O imóvel é alvo das investigações da Operação Lava Jato, que apura a suspeita de que as obras foram pagas pelas empreiteiras.

Segundo os investigadores, as reformas começaram após a compra da propriedade pelos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, amigos de Lula, quando “foram elaborados os primeiros desenhos arquitetônicos para acomodar as necessidades da família do ex-presidente”.

No laudo elaborado pela Polícia Federal, em 2016, os peritos citaram as obras que foram realizadas, entre elas a de uma cozinha avaliada em R$ 252 mil. A estimativa é de que tenha sido gasto um valor de cerca de R$ 1,7 milhão, somando a compra do sítio (R$ 1,1 milhão) e a reforma (R$ 544,8 mil).

A defesa de Lula sustenta que o ex-presidente não é proprietário do local.

Desembargador suspende depoimento de Lula em ação da Zelotes
Mais cedo, o desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), sediado em Brasília, suspendeu o interrogatório de Lula, previsto para amanhã, em uma ação penal sobre a Operação Zelotes. É a segunda vez que o interrogatório é desmarcado por determinação do magistrado.

A decisão atende a um pedido da defesa do ex-presidente. Em fevereiro, Néviton Guedes suspendeu o depoimento também por entender que Lula só pode ser ouvido após a oitiva de testemunhas que foram arroladas pela defesa e estão morando fora do Brasil.

O interrogatório suspenso se refere à ação penal na qual o ex-presidente e o filho são acusados dos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa. De acordo com a Zelotes, ambos compunham um esquema que vendia a promessa de interferências no governo federal para beneficiar empresas, como montadoras de veículos e a fabricante de caças suecos Gripen, o que a defesa desmente.