Toxoplasmose: Ministério estima que surto da doença em Santa Maria possa ter estagnado

Novo boletim divulgado hoje mostra, também, que número de casos confirmados chega a 569

Em coletiva de imprensa, os representantes da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, Roberto Schorn (à esq.); do Ministério da Saúde, Renato Alves (centro); e da Vigilância em Saúde de Santa Maria, Alexandre Streb. | Foto: Reprodução

O Ministério da Saúde (MS), enviou equipe a Santa Maria para investigar a origem do surto de toxoplasmose, concedeu uma entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira, para divulgar o relatório da primeira etapa da investigação. Dentre os tópicos apresentados, o coordenador-geral de doenças transmissíveis do MS, Renato Alves, afirmou que os números sugerem que o pico de exposição à doença se encerrou. Com isso, de acordo com ele, é possível que o surto esteja estagnado.

Foram divulgados ainda os números atualizados sobre a doença. Foram confirmados, após exames no Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen), 569 casos de toxoplasmose, 59 a mais que no boletim divulgado na semana passada. Aumentou também o número de gestantes com a doença: há 50 mulheres grávidas positivas para a enfermidade (cinco a mais que no último informativo). Aumentou de dois para três o número de óbitos fetais e permanece em dois o total de abortos por conta da toxoplasmose.

Há duas semanas, o Ministério da Saúde havia divulgado, por meio de nota à Rádio Guaíba, que reconhecia apenas 88 dos 485 casos confirmados à época em Santa Maria. Durante coletiva de imprensa, Alves afirmou hoje que o MS reconhece o número total de casos atuais e que ocorreu um mal entendido. De acordo com ele, a equipe que investigou o surto em Santa Maria retirou uma amostragem do total de casos, fazendo uma investigação mais aprofundada sobre a origem do surto com apenas 88 pacientes.

Sobre a possível origem do surto, a equipe responsável pela coletiva de imprensa afirmou que ainda é cedo para falar sobre a fonte de contaminação. Conforme Alves, os dados devem ser analisados com mais calma após o cruzamento de informações prestadas pelos doentes por meio de questionários, aplicados até a semana passada.

Quando questionados sobre os medicamentos para a doença, que a Prefeitura de Santa Maria espera ver fornecidos pelo governo federal, Alves salientou que ocorreu, no início do ano passado, uma mudança na forma de compra desses remédios e que novos lotes licitados só devem ser recebidos entre setembro e outubro. Alves garante, porém, que MS, governo estadual e município vão providenciar, em conjunto, as medicações para garantir o tratamento até que a remessa regular da licitação chegue a Santa Maria.

Já o coordenador da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, Roberto Schorn, afirmou que, após reunião interna, inclusive com representantes do Ministério Público Federal, ficou definido que as ações de remanejamento de medicamentos feitas pelo Estado e pelo município, como a compra emergencial de remédios, conseguem manter a demanda abastecida por mais três meses. De acordo com ele, portanto, o tratamento dos pacientes não corre risco de ser comprometido.