Meirelles: por telefone, Nelson Jobim desautorizou especulações sobre candidatura

Em Porto Alegre, ex-ministro da Fazenda disse ter confiança no partido (MDB) para disputar o pleito de outubro

Foto: Guilherme Kepler / Rádio Guaíba

O ex-ministro da Fazenda e pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo MDB, Henrique Meirelles, afirmou hoje, em Porto Alegre, ter confiança na legenda para ser oficializado como presidenciável nas eleições de outubro. Após Meirelles registrar baixo índice de votos em pesquisas eleitoras, o nome do ex-ministro Nelson Jobim começou a ser ventilado por uma ala do partido. O próprio Meirelles disse, neste sábado, porém, em entrevista coletiva, que conversou com Jobim, por telefone, e que o também ex-ministro disse desautorizar especulações sobre uma eventual pré-candidatura.

“O ministro Nelson é um grande amigo e tenho grande respeito e admiração pelo trabalho e a pessoa do ex-ministro. Inclusive falei com ele por telefone e inclusive ele disse que desautoriza todas essas especulações em seu nome. Não é candidato e não vai participar dessas eleições. Estamos juntos e temos grande confiança de vencer a convenção e ganhar as eleições”, disse Meirelles.

Pesquisa Datafolha divulgada no domingo passado pelo jornal Folha de São Paulo apontou Henrique Meirelles com apenas 1% das intenções de voto. O pré-candidato do MDB disse ser normal o cenário atual das pesquisas, mas se disse confiante de que os eleitores que já tomaram a decisão de apoiá-lo vão levar o MDB para o segundo turno. “No nosso caso é normal o que estamos vendo nas pesquisas, pois o número de pessoas que de fato nos conhece é um número menor. No entanto, aqueles que se dizem e tem informação suficiente para tomar uma decisão, essas pessoas têm uma intenção de voto muito elevada que nos coloca no segundo turno. E entrando no segundo turno não há dúvida que venceremos um candidato extremista”, projeta.

Sobre possíveis adversários na eleição de outubro, como Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula, Meirelles disse que Bolsonaro não deve crescer além do que as pesquisas já mostraram. Segundo ele, o candidato de extrema-direita já atingiu o teto. “É normal que exista nesse momento do processo eleitoral uma indefinição da maioria dos eleitores. Apesar de ter havia uma polarização entre os extremos, essa polarização não é apoiada pela maioria do eleitorado. A maioria está à espera do candidato. Isso significa que as pessoas não estão satisfeitas com os candidatos do extremo. Não vejo maiores possibilidade. Ele (Bolsanaro) já atingiu um teto, aquelas pessoas que de fato estão buscando soluções mais radicais”, considerou.

Sobre Lula, Meirelles reconheceu que a disputa eleitoral, com a participação do petista, vai ser mais difícil. “Em relação ao ex-presidente Lula, trabalhei com ele mas não tive uma participação política no governo. Em relação ao que vai ou não vai acontecer com o ex-presidente Lula, eu tenho uma postura de respeito à justiça. Todos têm direito de defesa. Mas acredito que realmente o Judiciário brasileiro vai chegar a uma decisão. Mas a influência dele na eleição, se estiver disputando, será um pouco mais difícil porque os eleitores que declaram intenção de voto nele, nem todos declaram intenção de voto do candidato do PT”, afirmou.

Questionado sobre coligações e se existe a possibilidade de o partido compor a chapa e se colocar como candidato à vice-presidência, Meirelles descartou. “Temos um candidato muito forte e temos condições de unir o centro. O MDB será cabeça de chapa e estaremos abertos a composições com os demais partidos”, garantiu.

Ainda neste sábado, Henrique Meirelles participa do Congresso MDB Mulher, realizado no Auditório Dante Barone, na Assembleia Legislativa.