Uma escalada de homicídios com armas de fogo no Rio Grande do Sul foi apontada, nessa sexta-feira, com a divulgação do Atlas da Violência 2018, pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). De 2006 a 2016, as mortes a tiros em cidades gaúchas subiram 75,9%, passando de 1.425 para 2.507. O índice ultrapassou o nacional – no Brasil, as mortes por arma de fogo tiveram alta de 27,4%.
A taxa por 100 mil habitantes evidencia a escalada. Enquanto o Rio Grande do Sul tinha 13 vítimas de assassinatos pelo meio em 2006, dez anos depois apresentou 22,2, superando o índice nacional. No Brasil, a taxa evoluiu de 18,7 para 21,6.
Os homicídios por arma de fogo tiveram alta clara em relação ao total de mortes violentas no Rio Grande do Sul. Os assassinatos subiram de 1.983 em 2006 para 3.225 dez anos depois – uma alta de 62,6%.
RS ultrapassa o RJ em mortes por armas de fogo
O índice gaúcho coloca o Estado em patamares próximos dos mais violentos do País, como Sergipe, onde o índice de mortes com arma de fogo chega a 85,9% do total. Além disso, o RS ultrapassou o Rio de Janeiro, que registra 66,4% dos homicídios utilizando esse meio.
Para os pesquisadores do Atlas da Violência, o maior controle de armas é recomendável para a redução dos índices: “O enfoque no controle responsável e na retirada de armas de fogo de circulação nas cidades deve ser objetivo prioritário das políticas de segurança pública”.
O estudo ainda revela que a grande “escalada armamentista” do País ocorreu entre 1980 e 2003. Durante o período, também aumentaram em altas proporções as mortes por arma de fogo. Eram 40 a cada 100 mil em 1980 e subiram a uma média de 70 em todo o Brasil. Os pesquisadores estimaram, ainda, que o Estatuto do Desarmamento evitou alta de mais 12% na taxa de homicídios em todo o território nacional.
