Beto, sobre disputa ao Senado: “é irracional ter dois candidatos” do mesmo partido

Ex-deputado reafirmou carinho pelo ex-prefeito José Fortunati, mas comemorou decisão tomada ontem pelo PSB gaúcho

Beto Albuquerque | Foto: Lucas Rivas

Após ter sido confirmado como pré-candidato a senador, em reunião do Diretório Estadual do PSB, na noite dessa quinta-feira, o vice-presidente nacional da legenda, Beto Albuquerque, comemorou a decisão. Por 58 votos a 34, os socialistas escolheram o ex-deputado federal como postulante único em vez de confirmar dois nomes, o que deixa de fora da chapa o ex-prefeito de Porto Alegre, José Fortunati. A decisão também definiu apoio do PSB à reeleição do governador José Ivo Sartori (MDB). Com isso, a segunda vaga da majoritária para o Senado fica com o ex-governador Germano Rigotto, indicado pelo MDB.

Beto reafirmou ter “enorme carinho” por Fortunati, mas considerou acertada a decisão do PSB. De acordo com o ex-deputado, o Diretório Estadual do PSB apoiou, por unanimidade, a filiação do ex-prefeito mas não prometeu a ele a vaga de candidato ao Senado, até pelo fato de não ter poder para isso. Após o resultado, Fortunati divulgou hoje uma nota afirmando ter sido “ingênuo” ao confiar na promessa do PSB de apoiar dois postulantes ao Senado.

“É irracional um partido pretender ter dois candidatos em uma disputa de duas vagas porque ambos se autoeliminariam. No momento, em que eu caso com o mesmo partido, eu divido os mesmos votos e tempo de televisão, ou seja, a gente, ao invés de multiplicar, divide”, avaliou Beto Albuquerque.

Ex-secretário do governo Tarso Genro (PT), Beto também saiu em defesa de Sartori e descartou a possibilidade de construir, no Rio Grande do Sul, uma nova aliança com o Partido dos Trabalhadores. “No cenário nacional é chance zero de haver uma coligação do PSB com o PT (…) mas em muitos estados teremos”, admitiu.

De acordo com Beto, o PSB não era ouvido, mesmo compondo a base de sustentação do Planalto. Além disso, segundo o ex-deputado, os ataques do marqueteiro João Santana, na campanha eleitoral de 2014, eliminaram de vez a hipótese de recriar a Frente Popular.

“Na campanha de 2014, nós fomos brutalmente ofendidos, maculados pela campanha de João Santana, Dilma e Temer. O PSB foi esmagado por aquela máquina eleitoral. Ele esteve preso e nos acusava das coisas mais horrorosas. Então, como tu sai de um processo eleitoral e depois assiste tudo isso, sem mazelas ou feridas?”, recordou.