O vice-prefeito de Agudo, na Região Central, foi preso na manhã desta quarta-feira durante a Operação Fogo Fátuo, da Polícia Civil. A ofensiva foi deflagrada em repressão aos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, fraudes licitatórias, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A ação visa desarticular uma organização criminosa com atuação na Prefeitura do município.
Estão sendo cumpridos 35 mandados de busca, quatro mandados de prisão, nove ordens judiciais de bloqueio de ativos, indisponibilidade de bens em Agudo, Santa Maria, Cachoeira do Sul, Canoas e Porto Alegre.
Segundo os Delegados André Lobo Anicet e Max Otto Ritter, as investigações duraram aproximadamente um ano, visando à desarticulação da quadrilha, que atua, pelo menos, desde 2012. De acordo com a Polícia, as atividades criminosas aconteciam dentro da Prefeitura, a partir da Secretaria Municipal de Obras, formada pelo vice-prefeito, seus assessores e motoristas, em conluio com empresários do ramo de máquinas e peças.
Por meio das investigações foi possível obter dados indicando possível fraude a procedimentos licitatórios, através da combinação de valores e fracionamento das compras, buscando enquadramento nos limites legais de dispensa de licitação. Ainda eram solicitadas notas fiscais com valores superfaturados, visando ao desvio de recursos públicos. O prejuízo estimado, considerando-se apenas os exercícios financeiros de 2015 e 2016, conforme auditorias do Tribunal de Contas do Estado, pode atingir R$ 1,1 milhão.
A operação visa apreender documentos que reforcem a prova da prática dos crimes, o sequestro de patrimônio, bem como a verificação da participação de outros agentes públicos.
