Ofensiva de combate ao contrabando apreende 7 milhões de cigarros e prende 30 pessoas

Mandados foram cumpridos nos três estados do Sul. Estimativa de créditos tributários evadidos ultrapassa R$ 10 milhões

Cigarros apreendidos durante a operação | Foto: Polícia Rodoviária Federal / Divulgação

Uma rede de distribuidores de cigarros paraguaios contrabandeados que agia no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, com extensão até o Uruguai, é considerada desarticulada pelas Polícias Federal e Rodoviária Federal. Ambas deflagraram hoje a primeira fase da operação conjunta Humo, que envolveu cerca de 300 agentes e resultou, até agora, em 30 prisões nos três estados do Sul.

A ofensiva resultou na apreensão de mais de 7 milhões de unidades de cigarros e seis armas, e na prisão de 17 das 22 pessoas que eram alvo de mandado judicial. Outras 13 foram detidas em flagrante. Depósitos de mercadorias, estabelecimentos comerciais e endereços residenciais foram alvos de 53 mandados, nessa manhã, Também foram efetuados sequestro de bens, como 32 veículos, e o bloqueio de valores de contas bancárias de 16 pessoas.

No Rio Grande do Sul, a operação teve desdobramentos no Chuí, São José do Norte, Pelotas, São Lourenço do Sul, Camaquã, Tapes, Guaíba, Eldorado do Sul, Canoas, Viamão, Alvorada, Gravataí e Parobé. Em Santa Catarina, ocorreu em Palhoça. Já no Paraná, aconteceu em Foz do Iguaçu e Marombi.

As investigações começaram com a Polícia Federal, no Chuí, em setembro do ano passado, a partir da apreensão de uma carga de cerca de 70 mil cigarros contrabandeados destinada ao Uruguai, onde a mercadoria é vendida por valor mais alto do que no Brasil. No período, as polícias apreenderam mais de 1,4 milhão de maços de cigarro, detiveram 34 pessoas em flagrante e recolheram 31 veículos, avaliados em mais de R$ 900 mil.

Responsável pelo trabalho investigativo, o delegado Leon Emerich Lentz Martins explicou que o principal objetivo era chegar aos “grandes distribuidores” ao invés dos chamados mulas, que são os contratados para realizar apenas o transporte da mercadoria em veículos como carretas, caminhões tanques, vans, utilitários e automóveis.

O esquema tinha início no Paraguai, passando por núcleos da organização criminosa em território paranaense e catarinense até chegar ao Rio Grande do Sul, onde o abastecimento clandestino ocorria por exemplo em Porto Alegre, região Metropolitana, Pelotas e Rio Grande. A estimativa de créditos tributários evadidos ultrapassa os R$ 10 milhões. Os crimes investigados na operação Humo envolvem contrabando, organização criminosa, corrupção de menores, lavagem de capitais e falsidade ideológica.