Chega a 10 número de PMs presos por suposto envolvimento com facção no RS

Também foram presos sete civis e aprendidos R$ 180 mil em espécie, além de armas e entorpecentes

Operação da BM confirma dez presos por suposto envolvimento com tráfico no RS. Foto: Alina Souza/CP

Após uma operação da Corregedoria-Geral da Brigada Militar (BM) resultar na prisão de seis policiais militares, nessa manhã, por suposto envolvimento com uma facção criminosa, o coordenador do órgão, coronel Carlos Armindo Thomé Marques, confirmou, durante a tarde, que o total de presos aumentou para dez, incluindo um PM da reserva remunerada.

Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de prisão para PMs e cinco para pessoas com ligação com o tráfico de drogas, além de 17 mandados de busca e apreensão. O total de detidos, porém, foi superior, uma vez que alguns envolvidos foram presos em flagrante, revelou o corregedor-geral em entrevista coletiva no Quartel General da BM.

“Nós tivemos como resultado a prisão de dez policiais militares, sendo nove da ativa e um da reserva remunerada. Também foram presos sete civis e aprendidos R$ 180 mil em espécie, 437 porções de substância entorpecentes e mais dez armas de fogo, entre armamento longo e leve”, explicou.

A ofensiva, desencadeada pela manhã, teve apoio do Ministério Público Estadual (MPE). Mandados de busca e de prisão foram cumpridos em diversas cidades, como Porto Alegre, Gravataí, Canoas, Santa Maria, Nova Petrópolis, Cachoeira do Sul e Guaíba. Na ação, também foram alvos unidades do 11° e 20° Batalhões de Polícia Militar (BPM), na Capital, e do 30° BPM, em Guaíba. Os trabalhos tiveram início após uma denúncia, recebida pela Justiça Militar.

Segundo o corregedor-geral, as investigações, que ocorrem há um ano, vão prosseguir. Até o momento, o órgão apurou que os PMs facilitaram o repasse de armamento e informações a membros de uma facção criminosa enraizada na zona Leste de Porto Alegre.

A Corregedoria da Brigada Militar explica ainda que cada PM preso vai ser ouvido e responder a um processo individual. Os envolvidos que recém ingressaram na corporação e não detém estabilidade fixada (após cinco anos na corporação) serão expulsos automaticamente. Os demais passarão pelo crivo do Conselho da Corregedoria, mas sem chances de permanecerem de farda, disse Marques. Entre os crimes investigados estão tráfico de drogas e armas, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro.

Durante a entrevista coletiva, o MP confirmou ainda que o elevado número de provas vai embasar substancialmente as investigações. Só o total de celulares apreendidos chega a 113. Escutas telefônicas foram realizadas, mas a BM não divulgou detalhes para preservar a investigação.