Temer: denúncias são tentativa de “esquartejamento político e moral”

"Estou sendo vilipendiado", reclamou o presidente

Em entrevista exclusiva à TV Brasil, o presidente Michel Temer comentou hoje, em tom de desabafo, as denúncias que vem sofrendo há cerca de um ano. De acordo com ele, a tentativa é de “esquartejamento político e moral do presidente da República”. “Não é um movimento investigativo; é político, para desmoralizar o governo”, disse.

“O tratamento que me dão é indigno. Estou sendo vilipendiado”, completou em entrevista à jornalista Roseann Kennedy, no programa Nos Corredores do Poder.

Temer afirmou que os inquéritos são prorrogados por “mais e mais tempo na tentativa de alcançar o presidente da República”, mas que nunca houve provas de irregularidades. “Vão buscar coisas já arquivadas, de 1998. Encontraram um documento não sei onde, de não sei quantos anos atrás e querem saber o que o Temer tem a ver com isso. O Brasil está neste tom. É insuportável. Mas isso não paralisa o governo não; pelo contrário”, afirmou.

O presidente disse ainda que não se preocupa com a quebra de sigilo bancário ou telefônico. “Não me incomodo; é indevido, mas não vou recorrer. Podem ver minhas modestíssimas contas bancárias. Tenho 50 anos ou mais de serviço e como patrimônio coisa mínima. Não tenho fazendas, empresa, casa de praia, casa de campo”, enumerou. “É um desplante, mas fiquem à vontade. Podem repastar-se. Mas isso não pode continuar assim”, reclamou, antes de ser informado da decisão de Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal. O ministro rejeitou a quebra do sigilo telefônico do presidente, mas aceitou os pedidos referentes às quebras de sigilo dos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco.

“Se me permitem uma expressão grosseira, digo que vão quebrar a cara [sobre pedido da Polícia Federal de quebra de sigilo]. Podem olhar tudo; verifiquem com quem eu falei”, desafiou.

Temer lembrou que as coisas positivas feitas pelo governo não vêm sendo atribuídas a ele. “A área economia caiu do céu? Não. Havia um presidente preocupado com a recuperação do país que trouxe essas pessoas para o governo”, avaliou.

“Fizemos a reforma do ensino médio, criamos a maior reserva marinha do mundo, melhoramos a saúde; não foi só na economia que atuamos”, completou.