Ipea: homicídios no RS cresceram 58% entre 2006 e 2016

Vitimização por homicídio de jovens, na faixa etária de 15 a 29 anos, principalmente homens, é outro fenômeno que preocupa

O Rio Grande do Sul teve aumento de 58% no número de homicídios registrados entre 2006 e 2016. De acordo com o Atlas da Violência de 2018, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o número de pessoas assassinadas passou de 18,1 para 28,6 vítimas a cada 100 mil habitantes.

Onze estados apresentaram crescimento gradativo da violência letal nos últimos 10 anos, todos eles, com exceção do Rio Grande do Sul, das regiões Norte e Nordeste: Sergipe (64,7), Alagoas (54,2), Rio Grande do Norte (53,4), Pará (50,8), Amapá (48,7), Pernambuco (47,3) e Bahia (46,9).

O Estado teve 1.983 assassinatos em 2016. Dez anos depois, o número chegou a 3.225. Pelos dados publicados, já em 2015 o montante era elevado: foram 2.944 mortes. Mesmo com as constantes ações desenvolvidas pelos órgãos de segurança, os dados não mostraram variação significativa.

Só entre 2011 e 2016, a elevação chega a 47,7%. A vitimização por homicídio de jovens, na faixa etária de 15 a 29 anos, principalmente homens, é outro fenômeno que preocupa.

O Rio Grande do Sul é um dos 20 estados que tiveram aumento nesse dado. Em 2006 foram 980 assassinatos, com base no Sistema de Informações sobre Mortalidade, o SIM. Dez anos depois, o número surpreendeu e chegou a 1.608. O total crescia desde 2014 (1.323), subindo mais uma vez ano seguinte (1.391).

Os pesquisadores construíram e analisaram os indicadores para compreender o processo da violência no País. A contagem, feita a cada 100 mil habitantes, permitiu a comparação entre as localidades e estados, definindo, com isso, um padrão de análise.