O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Petry, projetou hoje que a recuperação da indústria gaúcha, prejudicada pela greve dos caminhoneiros, possa levar até 10 dias. Segundo estimativas da entidade, as perdas previstas para o setor industrial, até a última quarta-feira, já atingiam R$ 2,9 bilhões em termos de faturamento. Na segunda-feira, a parcial divulgada ainda era de R$ 1,6 bilhão. Em ICMS, a nova cifra significa R$ 350 milhões a menos em arrecadação.
Segundo o presidente da Fiergs, o ciclo de recuperação varia de empresa para empresa, de acordo com o tipo de negócio. “Depende do insumo que elas recebem e como está organizada sua cadeia de fabricação e entrega de produtos”, esclarece.
O levantamento realizado pela Fiergs não leva em conta o custo que muitas indústrias terão para a retomada das atividades, como aquecimento de caldeiras e fornos, limpeza e manutenção de máquinas que pararam, mas não foram feitas para parar. O montante também não abrange o impacto nas indústrias exportadoras, cujas perdas incluem os cancelamentos e multas pelo atraso na entrega.
Na última quarta, o presidente da Fiergs, que também é vice-presidente eleito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), se reuniu, em Brasília, com o ministro da Casa Civil. Petry sugeriu a criação de uma linha de crédito para a indústria poder fazer frente aos desembolsos de caixa.
