Distribuidoras dizem que abastecimento deve chegar a 100% amanhã

Não há uma estimativa de prazo para que a redução de R$ 0.46 chegue às bombas de diesel

Motoristas formam fila à espera de combustível. Nos postos visitados, apenas havia diesel S10.

O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), Leonardo Gadotti Filho, disse nesta quarta-feira que a normalização do abastecimento de combustíveis nos postos deve ocorrer até amanha.

“A gente está agora com um volume próximo de 75% de um dia normal, praticamente amanhã acho que a gente chega a 100%”, disse Gadotti Filho no fim da tarde de hoje, após reunião com o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, para tratar da normalização do abastecimento.

Segundo Gadotti Filho, ainda vai demorar um pouco para que as filas nos postos terminem. Nesta quarta-feira, depois de vários dias sem combustível nos postos de gasolina, várias cidades do país ainda registraram filas abastecer carros e motos.

Até ontem, as principais distribuidoras do país previam regularizar os carregamentos em até uma semana. O representante das distribuidoras argumentou que o motivo para o prazo é o tempo para levar o combustível aos cerca de 42 mil postos de todo o país.

“Os serviços essenciais todos já foram atendidos, a gente segue uma ordem de prioridade: serviços essenciais, aeroportos, empresas de ônibus, etc”, disse. “Estamos trabalhando a 100%; logicamente que a gente precisa trabalhar a 120%, 130% para poder repor estoques, mas amanhã a gente já chega a 100% nos postos”, afirmou.

Redução no preço do diesel
Questionado a respeito de quando a redução de R$ 0,46 no preço do óleo diesel chega às bombas dos posto, Gadotti Filho disse que as distribuidoras estão aguardando as ações do governo nesse sentido e que não há uma estimativa de prazo.

A redução do preço do diesel pelo prazo de 60 dias foi acordada pelo governo com os caminhoneiros, como uma das medidas para a suspensão da greve. O governo editou duas medidas provisórias para concretizar a redução.

Os tributos federais incidentes no diesel são a Cide (R$ 0,05 por litro) e o PIS/Cofins (R$ 0,41 por litro). A Cide vai ser zerada e deve haver redução de R$ 0,11 no PIS/Cofins (mantendo-se R$ 0,30 por litro). A redução pela desoneração, com isso, chega a R$ 0,16.

Já a redução de R$ 0,30 por litro de diesel vai ser viabilizada por meio de uma subvenção econômica, paga pelo governo às refinarias, que atinge a Petrobras, demais refinarias nacionais e os importadores – responsáveis por 25% do consumo interno.

“Na medida em que o produto chega com um preço novo, com a redução, isso é repassado para a ponta. O mercado cuida de fazer essa redução no preço de bomba. Quem cuida da redução do preço na bomba é a competição de mercado”, disse.