“Democracia é o único caminho”, defende Cármen Lúcia sobre crise

"Regimes sem direitos são passados de que não se pode esquecer, nem de que se queira lembrar", completou a presidente do STF

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, defendeu o regime democrático de direito ao abrir a sessão plenária desta quarta-feira. O discurso se referia à crise de abastecimento pela qual passa o país após 10 dias de paralisação de caminhoneiros, em todo o Brasil. “A construção permanente do Brasil é nossa, e ela é permanente, democrática e comprometida com a ética. Não há escolha de caminho. A democracia é o único caminho legitimo”, afirmou a presidente do STF.

Antes, ela reconheceu que “também na democracia se vivem crises”, mas acrescentou que “dificuldades se resolvem com a aliança dos cidadãos e a racionalidade, objetividade e trabalho de todas as instituições, de todos os poderes”. “A democracia não está em questão. Há questões sócio-político e financeiras nas democracias também, mas o direito brasileiro oferece soluções para o quadro apresentado e agora vivido pelo povo brasileiro”, disse.

Intervenção militar

Em centenas de pontos de manifestação nas rodovias, foram registradas faixas e declarações pedindo uma intervenção militar no Brasil. Indiretamente, foi esse tipo de atitude que a presidente do STF desencorajou. “Não temos saudade senão do que foi bom na vida pessoal e em especial histórico de nossa pátria. Regimes sem direitos são passados de que não se pode esquecer, nem de que se queira lembrar”, disse Cármen Lúcia em referência a regimes não democráticos, como a ditadura militar.