Delegado descarta relação de suspeito preso com caso Marielle

Questionado sobre a razão para a morte de assessor de vereador, delegado não soube responder

A prisão de um homem apontado pela morte do assessor do vereador Marcello Siciliano (PHS), parlamentar ouvido como testemunha sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), não guarda relação com o assassinato dela, ocorrido em 14 de março. A informação foi repassada à imprensa nesta quarta-feira pelo delegado Luis Otávio Franco, da Delegacia de Homicídios (DH) da capital.

Embora o assessor Carlos Alexandre Pereira Maria, o Cabeça, tenha sido assassinado no dia 8 de abril, dois dias depois que Siciliano prestou esclarecimentos à DH, o delegado não vinculou a morte dele ao depoimento do vereador, que chegou a ser apontado como envolvido no assassinato de Marielle por um delator do caso, mantido em sigilo pela polícia.

A prisão de Thiago Bruno Mendonça, o Thiago Macaco, ocorreu ontem, em um shopping da zona norte do Rio. Antes dele, Rondinele de Jesus da Silva, o Roni, também havia sido preso por envolvimento na morte de Carlos Alexandre Pereira Maria. Outro envolvido está preso no Complexo de Bangu e um quarto está foragido, segundo o delegado.

Nesta quarta-feira, o delegado Franco esteve no presídio e recolheu quatro aparelhos celulares em uma cela onde está preso o terceiro suspeito. Sem chip e bloqueados, os aparelhos vão ser submetidos a perícia. Segundo o delegado, a ordem para matar Cabeça partiu de dentro do presídio.

Questionado sobre a motivação para a morte do assessor de Siciliano, planejada por quatro pessoas, o delegado não soube responder. Alegou que os presos não disseram o motivo e que Thiago Bruno Mendonça só pretende falar em juízo. Os suspeitos são do bairro da Taquara, área dominada por milícias.