Falta de alimentos in natura preocupa hospitais do RS

Na Capital, os hospitais do Grupo Hospitalar Conceição, o de Clínicas, o São Lucas da PUCRS, o da Brigada Militar e o Banco de Olhos suspenderam cirurgias não-urgentes (eletivas)

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Imagem: Reprodução GHC

Hospitais gaúchos começaram, ainda no fim de semana, a relatar desabastecimento de alimentos in natura, como carnes e pães. De acordo com a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (Fehosul), os fornecedores não conseguem óleo diesel para as frotas e a Defesa Civil Estadual, que coordena o Comitê de Crise na Saúde, ainda não indicou os postos de combustíveis que atenderão os veículos dos fornecedores de hospitais. A situação mais crítica é registrada no Hospital Independência, em Porto Alegre, cujos estoques começaram a se esgotar ainda nesse domingo.

Veja a situação relatada pelos hospitais à Fehosul:

Mesmo após a divulgação de acordo entre governo federal e os caminhoneiros, as paralisações persistem. Os hospitais do Grupo Hospitalar Conceição, o de Clínicas, o São Lucas da PUCRS, o da Brigada Militar e o Banco de Olhos suspenderam cirurgias não-urgentes (eletivas), assim como o Regina, em Novo Hamburgo, o de Caridade, em Santa Maria, e o São Pelegrino, de Veranópolis.

Veja os principais reflexos em algumas casa de saúde do Rio Grande do Sul.

Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) – pede doações de sangue, já que o estoque diminuiu de 40 para cinco diárias, em média, desde a segunda-feira passada. Devido ao desabastecimento de medicamentos e insumos, cancelou as cirurgias eletivas por 48 horas para poder seguir realizando as de urgência. Também foram suspensos os transplantes. Pacientes que não conseguem chegar para consultas agendadas devem ter o atendimento remarcado. Alimentos garantidos até esta terça; oxigênio, combustível e serviço de lavanderia, até quarta; medicamentos e insumos, até sexta. Não há previsão de falta de gás. A alimentação dos colaboradores temporariamente suspensa, priorizando os pacientes.

Hospital Vila Nova, de Porto Alegre – mantém cirurgias eletivas até quarta-feira. Segundo a instituição o não comparecimento de pacientes para esses procedimentos beira 50%.

Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre – mantém os estoques regulares. Estipula os seguintes prazos: até 1º de junho, serviço de lavanderia garantido; alimentos, até o dia 2 de junho; insumos, até o dia 3; oxigênio, até o dia 4; medicamentos até o dia 6. Não há previsão de falta de gás e combustível.

Hospital Banco de Olhos, de Porto Alegre – cirurgias eletivas foram canceladas momentaneamente.

Hospital da Brigada Militar, de Porto Alegre – cirurgias e procedimentos eletivos cancelados momentaneamente.

Santa Casa de Porto Alegre – medicamentos e insumos garantidos somente até esta segunda-feira, o que gera preocupação. Gás e combustível garantidos até quarta-feira.

Hospital São Lucas da PUCRS, de Porto Alegre – suspendeu cirurgias eletivas até normalização dos suprimentos, mas pacientes já internados terão o procedimento realizado. Alimentos e combustível garantidos até quarta-feira; medicamentos, até quinta-feira e insumos, até dia 2 de junho.

Grupo Hospitalar Conceição, de Porto Alegre – suspendeu cirurgias eletivas de segunda e terça-feira, mas vai manter os procedimentos de pacientes já internados nos hospitais do grupo. O Conceição mantém suspensas as cirurgias de pacientes não internados, exceto os casos de oncologia; até quarta-feira garante oxigênio, medicamentos, insumos, gás, combustível e serviço de lavanderia.

Hospital Regina, de Novo Hamburgo – cirurgias eletivas foram canceladas, durante toda a semana. O cardápio dos pacientes precisou ser adaptado porque caminhão não entregou carga de perecíveis. Alguns medicamentos também estão com estoque muito baixo, o que torna a situação crítica.

Hospital Comunitário São Peregrino Lazziozi (HCSPL), de Veranópolis – com um Plano de Contingência acionado, suspendeu as cirurgias eletivas, visando garantir os atendimentos de urgência/emergência.

Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo, de Santa Maria – suspendeu as cirurgias eletivas, com atendimento restrito às cirurgias de urgência e emergência. A decisão vale até que os estoques sejam repostos, em virtude de o abastecimento de medicamentos e outros insumos básicos ter sido afetado.