Prioridade é liberar acesso às refinarias, esclarece ministro

Onze aeroportos sem combustível também devem ser atendidos com mais urgência

O ministro da Defesa, general Silva e Luna, deu detalhes sobre como as Forças Armadas vão atuar durante a vigência do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), anunciado na tarde de hoje pelo presidente Michel Temer, com abrangência em todo o território nacional até o dia 4 de junho.

“Estabelecemos uma série de prioridades para o emprego dos meios e a principal preocupação são as refinarias para, a partir de lá, poder abastecer”, afirmou após participar de entrevista coletiva com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo) e Raul Jungmann (Segurança Pública), no Palácio do Planalto.

Uma das tarefas das Forças Armadas, explicou o general, vai ser usar caminhões da própria Petrobras, que estão parados dentro das refinarias, para transportar combustível para os postos de abastecimento.

O ministro também garantiu que as Forças Armadas dispõem de recursos suficientes para executar a operação de desbloqueio das rodovias, inclusive combustível para abastecer os veículos militares. “Temos entre 35 e 45 dias de reserva de combustível”, assegurou. Silva e Luna evitou cravar um prazo para a normalização do abastecimento e disse que a ação dos militares “não é contra os caminhoneiros, mas para permitir o direito de ir e vir”.

Em relação aos aeroportos, o ministro da Defesa destacou que 11 deles estão em situação crítica de abastecimento e são prioridades do governo, incluindo os terminais de Recife, Brasília e Salvador. Outros aeroportos, como os do Rio de Janeiro, de acordo com o ministro, possuem gasodutos com conexão direta às distribuidoras de combustível.

Uma sala de situação foi montada pelo governo para acompanhar os desdobramentos da greve dos caminhoneiros e o cumprimento do decreto de GLO, incluindo a participação de diversos ministérios, como Casa Civil, Secretaria de Governo, Defesa, Segurança Pública, Transportes, Agricultura, além da Advocacia Geral da União (AGU). Estão previstas reuniões entre os ministros ao longo de todo o fim de semana, no Palácio do Planalto.

Além do decreto de GLO, o governo informou que estuda a edição de um outro decreto, com base na Constituição Federal, que vai permitir a requisição de bens, incluindo caminhões parados em transportadoras, para distribuição de alimentos, combustíveis, medicamentos e outros insumos. Nesses casos, integrantes das forças de segurança federais e estaduais poderão dirigir os caminhões.