Hospitais e centros de saúde sentem efeitos das paralisações no RS

Veja a situação em algumas casas de saúde

Mesmo após a divulgação de acordo entre governo federal e os caminhoneiros, as paralisações seguem em todo o Brasil. A Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (Fehosul) monitora a situação dos filiados em todo o Rio Grande do Sul.

O presidente da Fehosul e vice-presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Cláudio Allgayer, detalha que os principais pontos de atenção se referem ao recolhimento do lixo hospitalar, parado em muitos hospitais, na diminuição de entrega de itens de alimentação, e até mesmo de medicamentos, embora estejam sendo implementados planos de contingência.

Funcionários também vêm tendo dificuldades de chegar aos centros de saúde, assim como pacientes. A Fehosul apelou, em nota, aos caminhoneiros que liberem a entrega de insumos de saúde. “Não nos opomos à greve, mas pedimos colaboração com o fato de atingir a saúde de pacientes, muitos em estado grave”, salienta Allgayer.

Veja a situação em algumas casas de saúde, conforme a Fehosul: 

A CliniOnco de Porto Alegre, relatou dificuldade de alguns colaboradores chegarem, devido ao transporte público. Quanto a material e insumos, nenhum problema ainda. Porém, se persistir a greve até segunda-feira, a situação pode mudar. Pacientes também reclamaram da dificuldade de se deslocar até a clínica.

Em comunicado, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) informou que na madrugada de quinta para sexta-feira ocorreu entrega de oxigênio, o que deixa a instituição abastecida por mais cinco ou seis dias. Por outro lado, a instituição pede a doação de sangue, já que o estoque diminuiu muito desde segunda-feira, data de início da greve. O HCPA precisa de todos os tipos de sangue. Em média, o Hospital recebe cerca de 40 doações por dia. Em função da greve dos caminheiros, o número caiu para apenas cinco. Com os estoques baixos, cirurgias e outros procedimentos médicos sofrem prejuízo. O Banco de Sangue fica na rua São Manoel, 543 – 2º andar. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 15h. Aos sábados, o atendimento é das 8h às 12h (limitado a 80 doadores).

No Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, a principal preocupação no momento é com o possível acúmulo de resíduos hospitalares, já que a empresa responsável pela coleta está com as atividades em escala reduzida. Os serviços assistenciais e o atendimento ocorrem normalmente.

O Hospital Virvi Ramos, de Caxias do Sul, disse que o esquema de transporte público na cidade está reduzido. O estoque de oxigênio do hospital era de 45% na manhã de sexta-feira. Porém, a situação foi solucionada e está descartada a falta do item nos próximos dias.

O Hospital Santa Lucia, de Cruz Alta, atende somente casos de urgência e emergência. O Exército, juntamente com outro hospital da cidade, coopera com os serviços de lavanderia. Em relação aos insumos, como soros, o Hospital informou que conseguiu estabilizar o estoque ao buscar materiais em Passo Fundo. O transporte de funcionários é garantido até domingo. Alimentos e medicamentos, com estoque para até cinco dias.

O Hospital Tacchini, de Bento Gonçalves, está com transporte de funcionários sendo feito por fornecedor próprio, já que as linhas urbanas pararam parcialmente. Os suprimentos estão garantidos para os próximos dias.

A Oncologia Centenário, de São Leopoldo, relata preocupação com a dificuldade de os pacientes realizarem os tratamentos já agendados, por falta de transporte público na cidade e de gasolina. Os insumos seguem com estoque adequado, sem previsão de falta para os próximos dias.

O Hospital Moinhos de Vento enviou nota para o portal Setor Saúde, assinada pelo Superintendente Administrativo Evandro Moraes. “ Temos uma estratégia estabelecida de planejamento e cobertura de estoques dos mais variados insumos. No momento, estamos com rígido controle sobre todos os estoques, mantendo a normalidade das operações hospitalares. Porém, é imperativa a retomada da normalidade das movimentações das rodovias do país, imediatamente”.

O Hospital Mãe de Deus mantém os estoques regulares, conforme a assessoria de comunicação. Na tarde de sexta-feira, serão avaliados os impactos caso a greve se prolongue por mais dias.

O Hospital Divina Providência estima que os estoques disponíveis garantem a normalidade por mais uma semana.

A situação segue normalizada no Grupo Hospitalar Conceição, Hospital São Lucas da PUCRS, Hospital Ernesto Dornelles e Instituto de Cardiologia.

Outras situações

Em Lajeado, o Hospital Bruno Born suspendeu cirurgias eletivas na segunda-feira. Já o Centenário, de São Leopoldo, adotou a mesma medida, mas estendida até a sexta da próxima semana.