Centrais reagem a uso de forças de segurança para desbloquear rodovias

Para as entidades, medida "é querer apagar fogo com gasolina"

As principais centrais sindicais do país divulgaram nota hoje criticando a decisão do governo federal de autorizar o uso de forças federais de segurança para liberar as rodovias bloqueadas pelos caminhoneiros caso as estradas não sejam liberadas pelo movimento.

Para as centrais, a medida “é querer apagar fogo com gasolina, ou seja: só vai acirrar o conflito e dificultar uma solução equilibrada”, cita a nota assinada pelos presidentes da CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB. Na nota, as entidades dizem que estão à disposição “como mediadoras na busca de um acordo que solucione o caos social para o qual o país caminha”.

O presidente Michel Temer, em pronunciamento no Palácio do Planalto, anunciou que autorizou o uso de forças federais de segurança para liberar as rodovias bloqueadas pelos caminhoneiros caso as estradas não sejam liberadas pelo movimento. “Quem bloqueia estradas de maneira radical será responsabilizado. O governo tem, como tem sempre, a coragem de dialogar; agora terá coragem de usar sua autoridade em defesa do povo brasileiro”, disse Temer. O presidente também recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para desbloquear as rodovias federais.

O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse não acreditar que a categoria volte à normalidade nos próximos dois dias. “Este final de semana vai ser para montarmos as estratégias que adotaremos a partir de segunda-feira. Na minha visão, não vamos encerrar o movimento tão cedo”, declarou Fonseca, antes do pronunciamento do presidente Michel Temer.