ABCam pede que caminhoneiros desobstruam estradas após decreto de Temer

Presidente da entidade fala que é preciso garantir a segurança dos manifestantes e culpa a demora do presidente Temer em agir diante da paralisação

O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse que os caminhoneiros devem voltar satisfeitos e orgulhosos para o trabalho.

O presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros (ABCam) orientou que os condutores filiados à entidade, com 700 mil associados, passem a desobstruir as rodovias federais, mantendo manifestações pacíficas, após o decreto do presidente Michel Temer, que autorizou as Forças Armadas a auxiliar a desfazer os bloqueios em função da greve.

“Já mostramos a nossa força ao Governo, que nos intitularam como minoria. Conseguimos parar 25 estados brasileiros com mais de 504 interdições”, cita o presidente da entidade, José da Fonseca Lopes. “Vale lembrar que a Abcam continua sem assinar qualquer acordo com o Governo e mantém o pedido de retirada do PIS/Cofins sobre o óleo diesel”, salienta o comunicado.

Fonseca Lopes fala que é preciso garantir a segurança dos manifestantes e culpa a demora do presidente Temer em agir diante da paralisação. “A culpa do caos que o país se encontra hoje é reflexo de uma manifestação tardia do presidente Michel Temer, que esperou cinco dias de paralisações intensas da categoria”, acrescentou.

Mais cedo, antes do decreto, o dirigente não acreditar que os milhares de profissionais que, desde a última segunda-feira, interrompem parcialmente as estradas, voltem à normalidade nos próximos dois dias. “A barra está pesada. A revolta [dos caminhoneiros] está grande e ninguém está querendo sair [da paralisação]. De hoje para segunda-feira eu vou tentar uma manifestação para resolver [o impasse], mas, para isso, eu vou ter que ter uma conversinha com o governo federal”, completou o sindicalista.

Veja a nota na íntegra:

Comunicado Oficial

Brasília, 25 de maio de 2018

Após o pronunciamento do presidente da República, Michel Temer, no início da tarde desta sexta-feira, 25, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros – Abcam, preocupada com a segurança dos caminhoneiros envolvidos, vem publicamente pedir que retirem as interdições nas rodovias, mas, mantendo as manifestações de forma pacífica, sem obstrução das vias.

Já mostramos a nossa força ao Governo, que nos intitularam como minoria. Conseguimos parar 25 estados brasileiros com mais de 504 interdições.

Vale lembrar que a Abcam continua sem assinar qualquer acordo com o Governo e mantém o pedido de retirada do PIS/Cofins sobre o óleo diesel.

A culpa do caos que o país se encontra hoje é reflexo de uma manifestação tardia do presidente Michel Temer, que esperou cinco dias de paralisações intensas da categoria. Estamos desde outubro do ano passado na expectativa de sermos ouvidos pelo Governo. Emitimos novo alerta no dia 14 de maio, uma semana antes de iniciarmos os protestos.

É lamentável saber que mesmo após tanto atraso, o presidente da República preferiu ameaçar os caminhoneiros por meio do uso das forças de segurança ao invés de atender às necessidades da categoria.

Sendo assim, nos resta pedir a todos os companheiros que desobstruam as rodovias e respeitem o decreto presidencial.

JOSÉ DA FONSECA LOPES