“Se o governo não cumprir acordo, amanhã paramos tudo”, diz Associação Brasileira de Caminhoneiros

Governo deve bater martelo nesta tarde sobre retirada da incidência do PIS/Cofins do diesel

Foto: Agência Brasil

O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCam), José da Fonseca Lopes, afirmou hoje que, caso o governo não cumpra com os acordos propostos ainda ontem, a categoria vai parar totalmente nesta sexta-feira (25). Por enquanto, conforme ele, estão circulando veículos com cargas vivas, perecíveis e produtos médicos. A categoria deu prazo de dois dias a contar desta quarta (24) para que a União resolva a questão do preço dos combustíveis.

Lopes afirmou que o pedido do governo para uma “trégua” foi recebido com espanto, já que a categoria busca um diálogo com Brasília “a mais de ano” e apenas agora conseguiu ter a pauta recebida. Mesmo com a aprovação simbólica na Câmara da retirada do PIS/Cofins sobre o diesel e a confirmação de que a CIDE também não incidirá mais sobre os combustíveis, os caminhoneiros estão irredutíveis: “só vamos sair quando estiver publicado no Diário Oficial. Assinado, carimbado e publicado”. A decisão sobre o PIS/Cofins deve sair ainda nesta tarde.

O governo e a Petrobras reduziram o preço do diesel em 10% por 15 dias, mas os caminhoneiros querem respostas práticas e a longo prazo. “Eu tenho dito que o movimento não precisa mais do que cinco dias (para dar resultado). Nós estamos no quarto”, ponderou Lopes, analisando que a União não tem outra alternativa senão dialogar e encontrar uma solução definitiva para a questão dos preços do combustível. “E não é só para o diesel, é para todos os combustíveis, essa pauta já não é mais só nossa, é do povo brasileiro”, terminou.

O governo já anunciou a retirada da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) do óleo diesel, uma medida que conforme a própria Confederação Nacional do Transporte (CNT) terá impacto “irrisório” no preço final do combustível. Agora, os caminhoneiros buscam a aprovação e sanção presidencial para a retirada do PIS/Cofins sobre o óleo diesel. Essa conta seria repassada a setores da economia que haviam sido beneficiados por desoneração.

A partir da mudança, seriam reonerados já neste ano 28 dos 56 setores hoje isentos desse tributo. Os demais voltariam a pagar a taxa apenas em 2021.