Setcergs não acredita em solução rápida para oscilação no preço dos combustíveis

Afirmação decorre de protestos de caminhoneiros motivados pelas constantes altas no preço dos combustíveis

Foto: Pedro Revillion / CP Memória

O vice-presidente de Logística do Sindicato das Empresas de Transporte e Logística do Rio Grande do Sul (Setcergs), Frank Woodhead, afirmou nesta manhã que “não acredita em uma solução rápida” por parte do governo federal e que teme “soluções provisórias” acerca da questão dos aumentos diários no preço dos combustíveis. Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Rádio Guaíba, Woodhead afirmou que o maior problema é “a troca constante dos preços”, que acaba gerando instabilidade nos valores negociados com os clientes e caminhoneiros. Também disse que considera “totalmente justa a ponderação dos caminhoneiros”, em referência à paralisação em andamento em todo o país desde ontem (21).

O vice-presidente garantiu que a entidade já tentou dialogar e buscar entendimento com o governo federal e com a Petrobras há cerca de duas semanas, mas não obteve sucesso. “Nós queríamos trazer a Petrobras para a mesa de negociação, para buscar mais previsibilidade nos aumentos, pois não é possível modificar os valores diariamente. É isso que ficou ruim nessa nova política, e uma solução para isso não vai ser fácil”, ponderou. Atualmente, apenas a carga tributária do óleo diesel, usado no transporte de cargas, chega a 53%.

“A Petrobras foi assaltada e agora nós, consumidores, estamos pagando o preço disso. Não estou nem dizendo que a atual diretoria esteja errada, ela está tentando sobreviver, mas havia limites e esse limite foi ultrapassado, e a sociedade toda está pagando esse pato”, prosseguiu Woodhead. Questionado sobre a paralisação dos caminhoneiros e os bloqueios que estão sendo realizados nesta terça, o vice-presidente disse que “não gosta de ameaças de desabastecimento global, porque demonstra a falta de capacidade de negociação entre as partes.” No entanto, também disse que, como não se vê por parte do governo federal uma medida “plausível e coerente” para encontrar a solução dos problemas, a situação acaba ficando “mais tensa”.

Finalizou ressaltando que “lastimavelmente sempre (governo) deixam pra última hora, sempre tem que acontecer greve, pancadaria para que o governo reaja” e que tem medo de soluções provisórias, já que -em seu entendimento- “tentem a prevalecer por muito tempo.”