Mensalão Tucano: TJMG manda prender ex-governador Eduardo Azeredo

Ex-senador é condenado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro desde dezembro de 2015

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou hoje o recurso apresentado pela defesa do ex-governador e ex-senador por Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), e determinou a prisão imediata dele.

O tucano é condenado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro desde dezembro de 2015, quando recebeu pena de 20 anos e 10 meses de prisão por participação no chamado Mensalão Tucano. Em agosto do ano passado, a condenação se confirmou segunda instância, mas a pena aplicada ao político acabou reduzida em 9 meses, para 20 anos e um mês.

O recurso negado hoje pela 5ª Câmara do TJMG era o último possível na segunda instância, permitindo a prisão de Azeredo a qualquer momento. O relator do processo, Júlio Cesar Lorens, e o revisor, desembargador Alexandre Victor de Carvalho, votaram favoravelmente à rejeição dos recursos e pela decretação da prisão imediata do ex-governador, sendo seguidos por outros três desembargadores.

Atendendo a um pedido da defesa, o desembargador Alexandre Victor de Carvalho sugeriu que a expedição do mandado de prisão aguarde a publicação do acórdão dos embargos julgados hoje, em razão da possibilidade de interposição de novo recurso. O relator, no entanto, defendeu a manutenção da imediata expedição do mandado de prisão, sendo seguido pelos demais desembargadores.

Azeredo havia sido denunciado pelo suposto envolvimento em um esquema de corrupção montado para beneficiar a campanha de reeleição ao governo mineiro, em 1998. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), mais de R$ 3 milhões foram desviados de empresas estatais de Minas Gerais. Para o MPF, a prática dos crimes só foi possível por meio de “esquema criminoso” montado pelo publicitário Marcos Valério, condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão.

Em 2014, Eduardo Azeredo renunciou ao cargo de deputado federal, perdendo o foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal. Com isso, o processo “desceu” à Justiça de primeira instância, em Minas Gerais, retardando o julgamento.

A Agência Brasil tenta contato com a defesa de Eduardo Azeredo, mas não obteve retorno até a publicação da notícia.