Reunião pode definir ainda hoje futuro do hospital Beneficência Portuguesa

Gestores do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, vão apresentar resultados de consultoria

Análise do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, no Beneficência Portuguesa, em Porto Alegre, deve ser conhecida até o fim da tarde desta segunda-feira, quando o diretor executivo da entidade, Fernando Torelly, se reúne com representantes do Ministério da Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para apresentar o relatório.

Realizada através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), a consultoria é considerada vital para definir os novos rumos da instituição hospitalar centenária, que, em crise, conta com 201 leitos para apenas dois pacientes internados e não consegue pagar a folha salarial.

O Sírio-Libanês esteve no Beneficência por cerca de três meses para analisar a gestão do hospital. Com a consultoria concluída no dia 15 de maio, um relatório prévio havia sido encaminhado ao ministro da Saúde, Gilberto Occhi.

O relatório do Sírio-Libanês vinha sendo aguardado com ansiedade, pois é considerado como diretriz para que o Beneficência possa começar a buscar alternativas para superar a crise financeira. Nas últimas semanas, por exemplo, chegou-se a cogitar um aluguel da estrutura por parte do Grupo Hospitalar Conceição (GHC).

A possibilidade já foi descartada, uma vez que o Conceição não obteve a liberação de verbas contingenciadas no Ministério da Saúde para expandir a estrutura. Outra ideia ainda não levada adiante é relativa ao interesse da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), que busca criar um hospital-escola ou um Hospital Universitário para expandir a residência médica.

Com uma folha de pagamento de R$ 300 mil sem ser paga e um passivo trabalhista que gira em torno de R$ 7 milhões e R$ 10 milhões, o Beneficência já acumula um déficit de cerca de R$ 80 milhões.

De acordo com o presidente Augusto Veit Júnior, em 2018 os funcionários receberam somente dois vales de R$ 500 e o referente a uma folha salarial. Além dos leitos não utilizados, o Hospital também acumula equipamentos novos que foram adquiridos através do repasse de cerca de R$ 10 milhões de verbas parlamentares. Recentemente, a instituição sofreu dois assaltos e uma tentativa.