Relatório lista duas alternativas para salvar o Beneficência Portuguesa, na Capital

Documento feito pelo Sírio Libanês sugere sucessão de CNPJ ou arrendamento do equipamento hospitalar para uma instituição filantrópica privada

Foto: Fabiano do Amaral / CP

Sucessão de CNPJ ou arrendamento do equipamento hospitalar para uma instituição filantrópica privada são as duas possibilidades apontadas pelo Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, para garantir o futuro do Hospital Beneficência Portuguesa, no Centro de Porto Alegre. O complexo hospitalar paulista realizou consultoria de gestão no local por 90 dias através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) e divulgou os resultados em reunião interna, na noite desta segunda-feira, na Capital. A entidade que vai assumir o local pode ser conhecida nas próximas semanas.

“O Beneficência, como equipamento hospitalar bem gerido, é viável”, disse o diretor executivo do Sírio-Libanês, Fernando Torelly, sobre o resultado do relatório. De acordo com ele, para a instituição paulista, esses são os únicos caminhos que podem ser seguidos pela entidade centenária na área da Saúde de Porto Alegre.

No primeiro caso, todo o patrimônio ativo do hospital e as dívidas serão assumidas por um outro gestor. Já a segunda hipótese, que Torelly considera mais provável neste momento, o Beneficência aluga a estrutura e, com o valor recebido, negocia diretamente com os credores.

Apesar de a Sociedade Beneficência Portuguesa deixar de ser a mantenedora, em ambos os casos o nome do hospital permanece. Conforme o diretor executivo do Sírio-Libanês, a atual direção já apontou, inclusive, um interessado cujo nome é mantido em confidencialidade de contrato. Como determina o estatuto do Beneficência, a preferência é para instituições privadas de natureza filantrópica pelo menos inicialmente e a alternativa de entidades como o Grupo Hospitalar Conceição (GCH) vir a assumir, como foi levantado recentemente, é descartada. “Não há a menor possibilidade que hospitais públicos assumam”, afirmou Torelly, que estima que uma definição deve vir entre os próximos dez ou 15 dias.

Diretoria deve se posicionar ao poder público

Apesar disso, a decisão agora cabe apenas à diretoria, que no entanto, precisa se posicionar ao poder público, a quem deve a maior parte do valor pendente. Por isso e diante da grave crise vivida no Beneficência, o diretor do Sírio-Libanês projeta que algo de concreto aconteça em breve.

Do dia 15 de fevereiro ao dia 15 de maio, o hospital paulista analisou diretamente os trabalhos na instituição portoalegrense e constatou um momento de desestruturação resultado de anos de problemas de gestão. Atualmente, são cerca de R$ 100 milhões em dívidas e apenas dois pacientes para 201 leitos. O relatório contém toda a condição do local, aspectos de estrutura, recursos humanos, relacionamento com planos de saúde e plano de retomada.

Além de Torelly, participaram da reunião em Porto Alegre, o presidente do Beneficência, Augusto Veit Júnior, os secretários municipal e estadual de Saúde, Erno Harzheim e Francisco Paz, além do secretário de Atenção à Saúde (SAS) do Ministério da Saúde, Francisco de Assis Figueiredo.

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
Sair da versão mobile