Caminhoneiros fazem protestos em mais de 30 pontos do RS contra alta do diesel

Manifestações persistem em Gravataí (BR-290), Camaquã (BR-116), Três Cachoeiras (BR-101), Ijuí (BR-285) e Encruzilhada do Sul (RST-471)

Foto: Alina Souza/CP

Passou de 30 o número de manifestações de caminhoneiros contra a alta do óleo diesel, nesta segunda-feira, no Rio Grande do Sul. O movimento é nacional e, até a noite de hoje, pacífico, em rodovias gaúchas. A maioria dos protestos ocorreu sem interrupção de pista e na malha federal. Agora à noite, porém, a Polícia Rodoviária Federal enviou agentes para Gravataí e Camaquã a fim de atender duas ocorrências de fogo em pneus, nos kms 68 e 70 da BR-290 e nos kms 397 e 401 da BR-116. Em ambos os locais, ocorre abordagem a veículos de carga, sem previsão de liberação.

Ainda de acordo com a PRF, na noite de hoje também persistiam bloqueios totais para veículos de carga nas BRs 101, no Km 22, em Três Cachoeiras, e BR-285, km 461, em Ijuí. Em ambos os pontos, os manifestantes fazem abordagens. Na BR-285, em Passo Fundo e Lagoa Vermelha, assim como na BR-290, em São Gabriel, e na BR-386, em Paverama, os caminhoneiros liberaram a pista no fim da tarde.

Também houve registro de manifestações sem bloqueio de pista nas BRs 285, em São Luiz Gonzaga e Entre Ijuís; 116, em Jaguarão, Arroio Grande, Turuçu, Novo Hamburgo e Vacaria (nessa última, em três quilômetros diferentes); 392, em Pelotas e Santa Maria; 158, em Júlio de Castilhos, Panambi e Cruz Alta; 293, em Bagé e Dom Pedrito; 153, em Erechim e Cachoeira do Sul; 386, em Tio Hugo; 472, em Uruguaiana, e 290, também em Uruguaiana.

Já o Comando Rodoviário da Brigada Militar registrou manifestações na ERS-122, em São Sebastião do Caí, onde houve bloqueios de pista para caminhões de meia em meia hora, até o início da tarde. Pela manhã, os caminhoneiros se manifestaram, ainda, nas ERSs 474, em Santo Antônio da Patrulha, 040, em Viamão, e 020, em Taquara, mas sem nenhum tipo de bloqueio. O único ponto em que havia interdição para caminhões, no início da noite, era o do km 220 da RSC-471, em Encruzilhada do Sul.

Em entrevista à Rádio Guaíba, o presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros (ABCam), José Fonseca Lopes, mencionou que, no entendimento dele, o melhor era apenas paralisar as atividades e não realizar protestos: “eu não queria fechamento de rodovia, sou contrário, o que eu peço é que o caminhoneiro fique em casa, com a família. Se fizer durante cinco dias, resolve tudo. Mas como cada cabeça é uma sentença, a gente não consegue resolver dessa maneira”, ponderou, lembrando que o anúncio de mais um aumento dos combustíveis, nessa manhã, aumentou as tensões. Disse ainda que, se a situação dos preços não for alterada, “não dou dois meses para todo mundo largar isso (o transporte de cargas)”.

A ABCam não informou número de profissionais que se juntaram ao movimento. A entidade reivindica a isenção de PIS, Cofins e Cide sobre o óleo diesel utilizado por transportadores autônomos. A associação também propõe medidas de subsídio à aquisição de óleo diesel.

A categoria sustenta que os caminhoneiros vêm sofrendo com aos aumentos sucessivos no diesel, o que gera aumento de custos para a atividade de transporte. Segundo a associação, o diesel representa 42% dos custos do negócio e 43% do preço do combustível na refinaria vem do ICMS, PIS, Cofins e Cide.