Venezuela: opositor de Maduro denuncia violações a regras da eleição

Participação é de 12%, conforme outra fonte da oposição

Foto: ABr

Segundo colocado nas pesquisas, o candidato à presidência da Venezuela Henri Falcón votou neste domingo no estado de Lara, no oeste do país, e denunciou mais de 350 violações às regras eleitorais cometidas pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), do presidente Nicolás Maduro.

O ex-governador de Lara recorreu à imprensa para exigir que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) corrija imediatamente as violações da campanha de Maduro, candidato à reeleição e líder das pesquisas. “A situação é generalizada, com a instalação de pontos vermelhos como mecanismo de pressão, de chantagem política, social. Querem mais uma vez comprar a dignidade de um setor da população”, disse.

Falcón criticou o PSUV e os partidos aliados do governo por cadastrarem os eleitores por meio da plataforma “Carteira da Pátria”, um sistema do Executivo com vários dados dos eleitores, entre eles quais benefícios recebem do Estado. Maduro ofereceu durante as últimas semanas um bônus através dessa carteira. A medida foi proibida posteriormente pelas autoridades, mas o presidente não retirou os benefícios já concedidos até agora.

Falcón disse ter reiterado o pedido já feito à presidente do CNE, Tibisay Lucena, para ordenar o fim da estratégia chavista.

Em algumas seções eleitorais, os governistas instalaram os chamados “pontos vermelhos” para controlar a votação. Alguns deles tinham sido montados dentro das seções, apesar de também terem sido proibidos ontem pela CNE.

O adversário de Maduro também denunciou o abuso do “voto assistido” – o uso de acompanhantes para levar o eleitor até a máquina de votação para ajudá-lo no processo. O auxílio só é autorizado para idosos ou pessoas com alguma incapacidade.

As eleições ocorrem em meio à convocação de boicote feita pela Mesa da Unidade Democrática (MUD), a principal aliança da oposição, que decidiu não participar do pleito
por considerá-lo fraudulento.

Maduro ainda concorre nas eleições com o ex-pastor evangélico Javier Bertucci e o engenheiro Reinaldo Quijada.

Participação é de 12%, conforme frente opositora
A Frente Ampla Venezuela Livre, um dos grupos de oposição ao governo do país, afirmou que a participação nas eleições presidenciais deste domingo é de apenas 12% e denunciou a presença de aliados do chavismo em 85% das seções eleitorais, o que viola um acordo firmado entre os candidatos antes do pleito.

“A participação de 12% mostra que não há ninguém nas seções eleitorais, que não há nenhum tipo de participação”, afirmou o deputado Jose Manuel Olivares. Segundo o deputado do Primeiro Justiça (PJ), o cálculo é feito a partir de um sistema de dados do
grupo em nível nacional.