Motoristas de aplicativos farão protesto contra aumentos diários da gasolina

Condutores querem deixar de comprar combustível em postos nos primeiros dias de junho

Entre os próximos dias 2 e 4 de junho, profissionais de transporte por aplicativo devem deixar de comprar gasolina nos postos de combustível caso a proposta, conduzida pela Associação dos Motoristas Particulares e de Aplicativos do Rio Grande do Sul (Ampa-RS) venha a obter adesão em massa. O foco é protestar contra os aumentos diários nos preços da gasolina, definidos pelo presidente da Associação, Carlos Guessi, como abusivos e insuportáveis. “Esperamos apoio e que a sociedade e os transportes públicos façam o mesmo”, manifesta Guessi.

A alta é tão forte que o Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes (Sulpetro-RS) decidiu também subir o valor do litro da gasolina que vai ser vendido no Dia da Liberdade de Impostos, em 5 de junho, em protesto contra a alta da carga tributária nos combustíveis: o litro havia sido anunciado a R$ 2 e foi reajustado para R$ 2,50.

O novo preço corresponde aos 47% de impostos incidentes na gasolina. Conforme o vice-presidente da Ampa-RS, Eduardo Pianezzola, só em maio o aumento no litro na refinaria (Petrobras) foi de R$ 0,27, repassado diretamente pelas distribuidoras e postos. As vendas no varejo do RS já caíram 30% desde o começo do ano, e o setor ainda perde mercado devido à forte migração para o gás natural veicular (GNV).

O presidente da Ampa-RS lamenta a decisão do governo Temer, que dolarizou o preço da gasolina. “O aumento nos postos é diário. Já a tarifa mínima do Uber é de R$ 5, dos quais o motorista recebe R$ 3,75. Não paga um litro da gasolina comum, que custa de R$ 4,30 a R$ 450”, reclama o dirigente. A saída, disse, é investir R$ 9 mil e converter o motor para GNV. Conforme a Ampa-RS há cerca de 32 mil motoristas de aplicativos no Rio Grande do Sul, dos quais 15 mil em Porto Alegre e região Metropolitana.