Corpo de jovem desaparecida é encontrado na Lomba do Pinheiro

Conforme a Polícia Civil, mandante é um detento da Cadeia Pública de Porto Alegre, que vai ser indiciado pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver

O corpo de Paola Avaly Corrêa, de 18 anos, que teve a morte gravada em vídeo pelos criminosos, foi encontrado no fim da manhã desta quinta-feira, na localidade conhecida como Vila Tamanca, no bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. O desaparecimento era investigado desde o último domingo, 13, quando a família a viu pela última vez, no momento em que saía de casa, no bairro Bom Jesus, zona Leste da Capital.

Conforme a Polícia Civil, o mandante é um detento da Cadeia Pública de Porto Alegre (antigo Presídio Central), que vai ser indiciado pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver. Atualmente, ele está preso preventivamente pelo crime de tráfico de drogas. A identidade do preso não é revelada.

De acordo com a 2ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (2ª DPHPP), Roberta Bertoldo, a informação é de que pelo menos quatro pessoas estiveram no local do assassinato, além do mandante. A polícia tomou conhecimento da existência do vídeo na terça-feira. “Ele circulou pelas redes sociais e era possível ver a forma com que ela foi executada”, disse. De acordo com as investigações, ela foi raptada nas proximidades da penitenciária, quando se dirigia à visita.

Nas imagens, que causaram comoção, a jovem aparece com as mãos e pés amarrados deitando em uma cova rasa aberta no meio do mato. Em seguida, dois estampidos são ouvidos e o vídeo termina. A delegada estima que, em seguida, ela tenha sido enterrada. A polícia presume que ela tenha sido morta no domingo. “Ela postou na madrugada de domingo, em uma rede social, que denotava uma briga séria com seu namorado, que ela visitava no Central.”

Publicação em rede social

A jovem relatou na publicação que o “ex-companheiro” – ela havia alterado o status de relacionamento e se dizia solteira – havia colocado a foto dela em um grupo de troca de mensagens atribuído a traficantes de uma das maiores facções do Rio Grande do Sul. No texto curto, ela ainda detalha que “apanhava horrores”.

A polícia informou que ela nunca efetuou nenhum registro contra ele. Sem dar detalhes de como os agentes chegaram até o corpo de Paola, a titular da 2ª DPHPP, salientou que o caso foi repassado ainda ontem para a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), sob responsabilidade da delegada Tatiana Barreira Bastos.

Até o momento, oficialmente, o acusado de ter ordenado a morte da companheira não foi ouvido pela polícia. Tatiana reiterou que o principal motivo para o crime parece ser uma traição descoberta por ele. “Enquadramos como feminicídio, além da ocultação do cadáver. Houve motivação de gênero”, expressou.

A delegada disse que a forma de execução passa uma mensagem de menosprezo com a condição de mulher. As investigações terão seguimento, inclusive com a oitiva do suposto mandante. Até o momento, além do mandante, ninguém foi preso.