Câmara de Planalto espera informações oficias para decidir sobre afastamento de prefeito

Investigado pelo crime de pedofilia, Damin (PDT) conversou com assessor jurídico para analisar necessidade de afastamento

Ministério Público realizou buscas no gabinete do prefeito de Planalto | Foto: Ministério Público / Divulgação / CP

O presidente da Câmara de Vereadores de Planalto, Ivaldo Luis Stasiak, confirmou que o Legislativo vai aguardar informações dos órgãos competentes para dar início a um processo político-administrativo contra o prefeito, Antonio Carlos Damin (PDT), que é investigado pelo suposto crime de pedofilia. O presidente da Casa informou, ainda, que o prefeito pediu auxílio da assessoria jurídica do município para que seja analisada a necessidade de afastamento em um caso como esse.

Amigo pessoal do prefeito e colega de partido, Stasiak garantiu que a Casa Legislativa vai tomar as medidas necessárias em relação ao caso, mas ressaltou que é necessário esperar o desfecho das investigações, já que “todos foram pegos de surpresa”. “Existe denúncia, mas não existe prova. Quando a Promotoria e a Procuradoria se posicionarem e comprovarem os indícios, vamos tomar uma atitude”, afirmou.

O vereador relembrou, ainda, que, ontem, o prefeito negou a acusação. “Ele disse que vai provar que é inocente”, disse Stasiak. Damin é investigado por ter supostamente oferecido R$ 1 mil a uma menina, de 13 anos, para ter relações sexuais com ela, além de ter mostrado vídeos eróticos à jovem.

Na operação, desencadeada nessa terça-feira no município do Norte gaúcho, o Ministério Público cumpriu três mandados de busca e apreensão: um no gabinete do prefeito e outros dois nas residências de Damin. A ação tinha o objetivo de apreender documentos e fotos comprovando a denúncia. O pedetista também é suspeito de ter envolvimento com outros casos de abuso de menores.

“Ela é de uma família tumultuada”

A denúncia do Ministério Público repercute na cidade, de cerca de 11 mil habitantes. “É só o que se comenta desde anteontem em todos os lugares”, comentou o presidente da Câmara, que se disse preocupado ainda com o fato de a denúncia estar sendo levada para o lado político. “A oposição se aproveita dessa situação para se engrandecer politicamente”, disse.

Questionando durante a entrevista, Stasiak disse que conhece a família da menina vítima de suposto abuso. “Conheço os pais dela e posso afirmar que é uma família tumultuada, com separações e vícios. É desestruturada’, comentou o parlamentar. “Mas isso não quer dizer que pode se inocentar o prefeito”, ponderou.

Decisões

Além dos mandados de busca e apreensão cumpridos ontem em duas residências e no gabinete do prefeito, a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça deferiu os pedidos do MP para proibir o contato do investigado com a vítima e os pais dela, além de guardar distância mínima de 200 metros da menina e dos familiares. Ele também ficou proibido de se ausentar da Comarca de Planalto sem autorização judicial.