O Hospital Sírio-Libanês vai divulgar, na próxima segunda-feira, o resultado da consultoria que visa tentar tirar da UTI o Hospital Beneficência Portuguesa, em Porto Alegre, que enfrenta uma crise financeira aguda. Na metade de fevereiro, o Ministério da Saúde escolheu a instituição paulista para fazer um raio-x do hospital gaúcho. Hoje, a dívida do Beneficência Portuguesa passa de R$ 70 milhões e pode chegar à casa de R$ 100 milhões.
O resultado do diagnóstico vai ser revelado pelo diretor executivo do Sírio-Libanês, Fernando Torelly, às autoridades da saúde pública dos governos municipal e estadual. Após a publicação do estudo, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, pode bater em martelo em torno da possibilidade de a União subsidiar o aluguel de leitos do Beneficência Portuguesa pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC).
A articulação política vêm sendo encampada pela bancada federal gaúcha. Porém “divergências políticas” podem ter afastado a ideia do ministro Gilberto Occhi de bancar os recursos necessários para viabilizar o funcionamento do Beneficência. Uma reunião marcada para esta quarta-feira, em Brasília, acabou cancelada.
Além do ruído político, o contingenciamento de cerca de R$ 25 milhões do governo federal ao GHC também tensionou as partes.
Com a maior parte de serviços fechada, o Beneficência não consegue arcar sequer com a folha salarial, de R$ 300 mil. Além disso, soma-se um passivo trabalhista entre R$ 7 milhões e R$ 10 milhões. Recentemente, ocorreram dois assaltos e uma tentativa no prédio, que abriga equipamentos novos, fora de uso e adquiridos através de verbas parlamentares.
PUC pode surgir como plano B para administrar Beneficência Portuguesa
Mesmo sem reunião marcada, parlamentares gaúchos foram recebidos ao longo do dia pelo ministro Gilberto Occhi. Líder da bancada gaúcha na Câmara, o deputado Giovani Cherini (PR) confirmou que uma das pautas discutidas envolveu a liberação de recursos para que o Hospital da PUC, em vez do GHC, alugue leitos do Beneficência.
A possibilidade de viabilizar essa nova alternativa também passa pelo crivo do resultado do estudo elaborado pelo Sírio-Libanês, a ser divulgado na próxima semana.
