MPF denuncia 16 investigados por desvios em fundos de pensão

No mesmo dia, ministro do STF mandou soltar um dos investigados, que cumpria prisão preventiva

O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro denunciou à Justiça 16 investigados na Operação Rizoma, que apurou desvios que causaram prejuízos com investimentos malsucedidos nos fundos de pensão, entre eles o dos Correios (Postalis) e do Serpro (Serpos). O anúncio ocorreu no mesmo dia em que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes mandou soltar o empresário Milton Lyra, investigado na Rizoma.

Foram denunciados, além dele, Arthur Machado, Patrícia Iriarte, Alessandro Laber, Cláudio de Souza, Vinícius Claret, Edward Penn, Adeilson Telles, Henrique Barbosa, Marta Coerin, João Vaccari Neto, Wagner Pinheiro, Ricardo Rodrigues, Carlos Alberto Pereira, Marcelo Sereno e Márcio Ramos. Eles serão investigadas pelo crime de lavagem de ativos, evasão de divisas, corrupção passiva e ativa, tráfico de influência e organização criminosa.

A denúncia apresentada pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro apontou Arthur Machado como o chefe de organização criminosa formada para lesar os cofres de fundos de pensão e obter proveitos financeiros de investimentos realizados nas empresas pertencentes ao grupo econômico dele ou que possuem participação.

O núcleo operacional é formado por pessoas ligadas aos dirigentes dos fundos de pensão que recebiam as vantagens indevidas para garantir os aportes de recursos nas empresas de Arthur Machado. Adeilson Telles, na condição de chefe de gabinete do então presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, agia como intermediador dos investimentos dos fundos de pensão Serpros, Refer e Postalis e acertou com Arthur Machado o pagamento de propina de R$ 1 milhão, destinada ao então tesoureiro nacional do PT, João Vacarri Neto.

A Operação Rizoma foi um desdobramento das operações Eficiência, Hic et Ubique e Unfair Play.