Coordenadores de prédio que pegou fogo em SP não pertenciam a movimento legítimo

Foi o que disse hoje o delegado responsável pelo caso

Bombeiros trabalham na busca pelos desaparecidos e retirada dos destroços do prédio que desabou após incêndio da madrugada de terça, em São Paulo, no Largo do Paissandu.

Testemunhas ouvidas pela 1ª Delegacia Seccional Centro, em São Paulo, durante as investigações sobre o incêndio e desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, apontam que Ananias Pereira dos Santos, Hamilton Resende e Nireude de Jesus, conhecida como Nil, recebiam aluguéis para coordenar a ocupação do prédio, mas não pertenciam a nenhum movimento de moradia. Foi o que informou o delegado Marco Paula Santos. Os três já foram ouvidos e negaram os testemunhos dos moradores.

“Eles dizem que muitas pessoas recebiam os aluguéis, que não era todo mundo que pagava. É tudo mentira. Eles estão indo por esse caminho, só que a prova é no sentido contrário: que a Nil recebia todos os aluguéis, que o Hamilton era coordenador, que o Ananias era dono, enfim, as provas são no sentido contrário”, disse o delegado.

Para Marco Paulo Santos, há movimentos legítimos e movimentos corretos, mas não é o caso do edifício Wilton Paes de Almeida. “Não tem ente jurídico, não tem registro, não tem nada em lugar nenhum. O que tem é um movimento de boca, um movimento criado por eles mesmos, mas esse movimento não tem cadastro em lugar nenhum, não é pessoa jurídica, não está vinculado a esses movimentos mais importantes e conhecidos”, acrescentou.

No momento, a investigação prossegue com depoimentos de moradores, e aguardando os laudos sobre o prédio e a identificação dos restos mortais encontrados nos escombros do imóvel. No total, cinco pessoas são consideradas desaparecidas pela polícia e já há material genético de todas as famílias para a possível identificação.

Ontem, mais um desaparecido foi reclamado pela família e entrou na lista da polícia.

Por enquanto quatro pessoas foram identificadas como vítimas do desabamento ocorrido em 1º de maio: os gêmeos Wendel e Werner da Silva Saldanha, de 10 anos; Francisco Lemos Dantas, de 56; e Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, de 39.

A versão que prevalece sobre o início do incêndio, segundo o delegado, é a de um curto-circuito no quinto andar. “Agora, é aquilo que eu sempre digo: como é por prova testemunhal, a qualquer momento pode surgir uma outra prova testemunhal contradizendo aquela outra prova”, disse. “O que prevalece hoje e não tem por que mudar é a história do curto-circuito. Corroborando essa informação tem várias outras pessoas”, finalizou.