As obras da termelétrica de Candiota, na região da Campanha, foram alvo de uma fiscalização conjunta, que resultou em embargo de diversas atividades e máquinas, nessa quinta-feira. Ministério do Trabalho (MTb), Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Federal (PF) e Defensoria Pública da União (DPU) realizaram a operação para apurar uma denúncia de trabalho em condições análogas à de escravidão.
Após análise de documentos e inspeção, os fiscais não constataram situações que caracterizavam a prática de trabalho análogo à escravidão. Entretanto, foram observadas irregularidades na documentação referente à contratação de aproximadamente 500 trabalhadores.
O MTb embargou as operações de escavação, trabalhos em altura, em espaços confinados, soldagem e movimentação aérea de materiais, após inspecionar o canteiro de obras, que apresentava exposição de trabalhadores a risco grave e iminente. Além disso, também houve embargos em equipamentos como elevadores-cremalheira, serra circular de bancada, máquina cortadora de metais e máquina dobradora de metais. Para reverter a situação, as empresas precisam comprovar a correção das irregularidades no Mtb.
Em 2016, o Ministério do Trabalho já havia fiscalizado o canteiro de obras e interditou os trabalhos com escavações, o trânsito de equipamentos pesados, trabalho em altura e algumas máquinas, bem como o cancelamento do visto de 26 chineses, que desenvolviam atividades diferentes daquelas informadas nos processos de solicitação de vistos.
Já no ano passado, a Polícia Federal realizou a operação “China-Candiota Fase I”, que consistiu em uma vistoria junto ao canteiro de obras para averiguar a situação de trabalhadores chineses.
A Usina Termelétrica Pampa Sul (Miroel Wolowski) é de propriedade da Tractebel Energia, sendo a construção realizada pela SDEPCI Projetos e Construção do Brasil Ltda., envolvendo mais de 5 mil trabalhadores.
