Porto Alegre: encerramento de operações da Fnac gera desentendimento

Impasse envolve direção da empresa e sindicato dos comerciantes

Desentendimento e protesto marcaram o encerramento das operações da loja Fnac, adquirida pela Livraria Cultura, no BarraShoppingSul em Porto Alegre. Em 30 de abril, o local abriu para o público pela última vez, e os funcionários foram comunicados sobre o fim das atividades da empresa.

Os 30 empregados que seguem na loja cumprem aviso prévio para a execução do trabalho de organização do estoque, concluída em três dias. Além disso, negociaram a garantia de mais um mês de plano de saúde e vale-alimentação, a partir do fim dos 30 dias de aviso prévio.

Os problemas começaram, segundo o diretor de Fiscalização do Sindicato dos Empregados no Comercio (Sindec), João Vilmar de Andrade Pereira, quando a Fnac obrigou os trabalhadores a executar serviços de embalagem, etiquetagem e movimentação de grandes volumes e de caixas para transporte, em meio ao ambiente definido pelo Sindec como insalubre. No interior da loja há fios elétricos espalhados em meio ao lixo e entulhos, informou Pereira. “Isso coloca as pessoas em situação de risco”, disse.

Protesto

Na tarde desta quarta-feira os funcionários paralisaram. “Não há como continuar se há perigo de acidente”, acrescentou. Às 16h o Sindec registrou boletim de ocorrência na 20ª Delegacia de Polícia, no qual está relatada a situação.

O sindicato também solicitou à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego que fiscalize o local. Aos representantes (Departamento Jurídico) da Fnac, o Sindec propôs a contratação de empresa especializada para fazer o transporte e deslocamento dos volumes e caixas – e manter a promessa dos 30 dias de vale refeição e plano de saúde aos funcionários após o fim do aviso prévio.

Como ainda não houve resposta à solicitação, a orientação do Sindec aos empregados é que apenas compareçam à loja, nesta quinta, sem cumprir tarefas de risco ou trabalho pesado. Em setembro de 2017 a Livraria Cultura havia comunicado a aquisição de todas as operações da Fnac Brasil (a matriz é na França), que envolvia 12 lojas em sete estados.

O Correio do Povo tentou contato com representantes da Fnac, porém o telefone da empresa no BarraShoppingSul não atende. Na Livraria Cultura, em São Paulo, a assessoria de imprensa informou que não vai se pronunciar.