Cruyff e o Grêmio

Lógicas de Johan Cruyff explicam e se aplicam ao encantador modelo de jogo gremista

Johan Cruyff foi possivelmente uma das personalidades mais inteligentes da história do futebol. Genial como jogador, revolucionário como técnico e conceitual enquanto teórico. Falecido em 2016, o holandês nos deixou frases maravilhosas.

Cruyff disse que o futebol é simples, mas o mais difícil no futebol é justamente fazer o simples. Um tapa de luvas nos amantes dos toques a mais e das firulas inconsequentes. Outra frase estupenda: se é para perder, prefiro perder usando o meu ponto de vista do que a opinião dos outros. É tão lógico que flerta entre o gênio e o óbvio. O mais legal das frases de Cruyff é que são de uma simplicidade avassaladora, capazes de entreter entendidos e entediados ao mesmo tempo. Outro exemplo: se a bola está com a gente, eles não conseguem marcar gols.

LEMBRA DE ALGUÉM?

É inevitável relacionar estas três frases e lembrar do Grêmio de Renato Portaluppi. O modelo de jogo é tão simples e tão complexo ao mesmo tempo que assusta e empolga quem observa. A lógica de ter a bola, mesmo que por vezes pareça que a ideia é simplesmente trocar passes de um lado para outro, é indiscutivelmente uma forma simultânea de atacar e defender. E o Grêmio tem feito isso como ninguém no Brasil. Há quase dois anos.

Se Renato usa conceitos de Cruyff? Não sei. Se o admira? Ah, isso com certeza. Se as frases são aplicáveis ao modelo de jogo do Grêmio? Me parece que sim. Ah, e não, não estou comparando Cruyff com Renato, ok?