Agrishow abre com pedido de medidas para garantir crescimento do agronegócio

Feira reúne 800 expositores de máquinas, equipamentos e soluções em tecnologia

Foto: Agrishow/Divulgação

Sem a presença do presidente Michel Temer – que cancelou a participação na manhã de domingo – e do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a 25ª Agrishow abriu na manhã desta segunda-feira, em Ribeirão Preto, São Paulo. A tônica dos discursos foi a necessidade de o governo buscar medidas que garantam ao agronegócio a possibilidade de crescer.

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, representando o governo federal, chamou a atenção para a importância de a sociedade se engajar na consolidação de reformas estruturais, como a trabalhista, já feita e a da Previdência, parada temporariamente. De acordo com Guardia, o Brasil vive uma situação econômica complexa e “não há remédio fácil para problema difícil”, pontuou. Ele reconheceu que as demandas do setor agropecuário, como redução de juros, simplificação da carga tributária e segurança jurídica são urgentes, mas pediu para isso o apoio às medidas que vem sendo tomadas desde o início do governo Temer.

A deputada Tereza Cristina, presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), lembrou o que chamou de “desafios enormes” do agro brasileiro em 2018, entre eles a mudança na lei que disciplina o licenciamento ambiental. “Precisamos mudar a burocracia que cerca a interação entre ambiente e atividade agropecuária, a bancada ruralista trabalha para isso e para o produtor ter voz. As minorias precisam ter voz, mas a lei deve beneficiar a todos”, destacou. Tereza Cristina também frisou que o produtor rural precisa de previsibilidade para fazer os negócios andarem e que cabe ao governo dar garantias econômicas e políticas nesse sentido.

Para o presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, João Marchesan, entre as medidas governamentais que devem vir está a desoneração dos investimentos. “O Brasil é um dos país que mais taxa o investimento. Isto precisa mudar, para que se possa crescer e voltar a contratar. Só assim vamos conseguir alterar a situação do país que hoje tem mais 13 milhões de dempregados”, salientou.

A Agrishow, que se estende até sexta-feira, reúne 800 expositores de máquinas, equipamentos e soluções em tecnologia. O foco deste ano é o avanço da conectividade, para que as inovações crescentes possam chegar ao homem do campo com uma melhor rede de comunicação digital. Cento e cinquenta mil visitantes e delegações de 70 países são esperados no evento que projeta um crescimento nas vendas na casa dos 8%. No ano passado, a feira fechou R$ 1,95 bilhão em negócios, número que deve ultrapassar os R$ 2,2 bilhões neste ano. Marchesan acrecentou que os 25 anos da Agrishow em 2018 são a prova que se deve acreditar no país. “Temos de focar na abundância e não na escassez”, aconselhou.