“Não podemos paralisar o Brasil”, diz Rodrigo Maia sobre pedido de impeachment de Temer

À Rádio Guaíba, presidente da Câmara e pré-candidato à presidência pelo DEM, deputado disse que deve tomar uma posição sobre o impeachment em ate 60 dias

Rodrigo Maia. Foto: José Cruz / Agência Brasil / CP
Presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia. Foto: Billy Boss / Câmara dos Deputados / CP

Em entrevista ao programa Agora, da Rádio Guaíba, na manhã desta quarta-feira, o pré-candidato do Democratas à presidência da República, deputado federal e presidente da Câmara Rodrigo Maia, falou sobre temas polêmicos, como o pedido de impeachment do presidente Michel Temer e a privatização da Eletrobras, além de sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto. Sobre o pedido de afastamento de Temer feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Maia informou que vai analisar o processo com atenção para evitar que o Brasil caia numa nova crise.

“A gente tem que ter muito cuidado e serenidade para não deixar o Brasil novamente parado, aprofundando ainda mais a crise econômica que o País vive hoje, que já vem saindo de seu pior momento que foi no final de 2015 e início de 2016, no governo da presidente Dilma. É claro que se nós tivermos uma informação concreta, uma clareza no pedido do senador Randolfe, a gente vai dar prosseguimento, mas é preciso olhar com muito cuidado para não criarmos uma paralisia no Brasil e que a gente perca a oportunidade do Brasil crescer”, avaliou o parlamentar.

Maia falou, ainda, que uma decisão deve ser tomada dentro dos próximos 60 dias. “Não tem pressa, porque o Brasil já viveu processos muitos difíceis. A economia brasileira chegou a cair 8% no período da presidente Dilma, o desemprego bateu 14% e nós precisamos tomar cuidado para que o processo seja baseado nas provas e não no encaminhamento político”, ponderou.

Privatização da Eletrobras

Rodrigo Maia confirmou ser favorável à privatização da Eletrobras. Segundo o deputado, nos últimos seis anos, o sistema elétrico brasileiro deu um prejuízo de R$ 100 bilhões. “Há necessidade de uma gestão do setor privado, que vai ter condições de colocar mais recursos para investimentos. O salário médio do trabalhador do sistema Eletrobras é mais que o dobro do que a sua concorrente no setor elétrico no Brasil. Precisamos fazer a concessão, mas temos que garantir em lei restrições, como tem na Embraer, que é uma empresa privada que deu certo e é das maiores empresas de aviação do mundo. Por exemplo, a Boeing quer fazer uma empresa junto com a Embraer, só com autorização do governo. Se for feita a privatização e o novo controlador tiver interesses em mexer em áreas estratégicas do Brasil, certamente, com essas restrições o governo vai poder dar um limite para que a gente tenha segurança de que o setor privado está investindo na qualidade do setor elétrico brasileiro”, explicou.

Visita de deputados a Lula

Questionado sobre seu posicionamento sobre a proibição de parlamentares visitarem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, Maia disse que pretende resolver o problema com diálogo, já que os deputados têm a prerrogativa de fiscalização de espaços públicos, mas não de pessoas detidas.

“Tudo no Brasil, daqui pra frente, nós precisamos resolver com diálogo, construindo pontes, e não dividindo o Brasil como tem sido a política nos últimos 20, 30 anos. A juíza tomou a decisão, nós entendemos que o parlamentar tem uma prerrogativa, não necessariamente de visitar o presidente, mas de poder entrar em em áreas públicas. Não acho que isso seja motivo para que a gente agrida ou tome alguma decisão radical. Garantindo o direito dos parlamentares, vamos construir uma solução dialogada como tem sido a minha presidência na Câmara. Sempre dialogada para que a gente consiga fugir, de alguma forma, desse radicalismo que ainda comanda a política brasileira.

Candidatura à presidência

Maia é pré-candidato à presidência da República pelo DEM. Ele enfatizou que quer diminuir o tamanho do Estado e garantir que o governo dê segurança jurídica para o setor privado investir no País. “Queremos construir um Brasil que reduza as suas desigualdades, um Estado menor, um Estado que cumpra as suas funções na linha do que a sociedade espera, com saúde, educação e segurança. Que a gente tenha menos burocracia e mais simplificação e com mais economia que o Estado brasileiro possa, de forma efetiva, investir na mudança da qualidade de vida das pessoas e que a gente tenha leis com segurança jurídica para que o setor privado possa investir no Brasil com segurança e, com certeza, de que as regras não vão mudar”, falou o deputado.

Sobre os baixos índices nas pesquisas, Maia disse que é porque há muitos candidatos que disputam votos no mesmo campo político. “O que vai acontecer, no meu ponto de vista, é que quando chegar em julho, aquele que tiver melhores condições de aglutinar partidos vai ter um bom tempo de televisão para chegar mais rápido à sociedade brasileira com o seu programa e isso será construído junto com a possibilidade de palanques regionais. Essa eleição não será decidida na pesquisa, ninguém está bem. Ninguém consegue avaliar quem vai ao segundo turno, todos têm muitas chances e todos não têm chance alguma, se olhar as pesquisas com frieza”, ponderou.

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