Rigotto prioriza aliança a candidatura e critica legitimidade de Temer

Germano Rigotto. Foto: Lucas Rivas

O ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto (MDB) relativizou, nesta terça-feira, a possibilidade de concorrer a senador pela legenda no pleito de outubro. Cotado como principal nome da sigla para disputar o cargo, Rigotto ressalta que o principal objetivo é construir uma grande aliança em torno das eleições em nível estadual.
“Existe uma movimentação muito forte dentro do partido, de todos os setores, para que eu ocupe uma das duas vagas, mas eu tenho dito tanto à Executiva quanto ao governador que a prioridade deve ser a construção da coligação”, disse.
Em entrevista para o Esfera Pública, Rigotto propôs, inclusive, dar um passo atrás, retirando a candidatura, caso a construção de uma grande aliança venha a ocupar as duas vagas disponíveis ao Senado. O ex-governador rechaçou, contudo, qualquer possibilidade de disputar uma cadeira na Câmara Federal.
Sobre os candidatos ao Palácio do Planalto, Germano Rigotto avaliou que todos os partidos estão enfraquecidos e desmoralizados no cenário atual em função de uma crise política “verticalizada”. Além de considerar que o presidente Michel Temer não deve concorrer a uma reeleição, Rigotto também disse que a turbulência política enfrentada pelo emedebista passa pela falta de legitimidade da eleição dele, sem voto popular.
“O Temer não foi eleito (pelo voto). Ele foi eleito para ser vice-presidente e assumiu dentro de uma circunstância de um impeachment de uma presidente. Agora, ele não tem a legitimidade de uma eleição para presidente da República”, ponderou.
Devido à crise política, o ex-governador prevê que a soma de votos brancos, nulos e abstenções, que em 2014 chegou a 27% do eleitorado, seja ainda maior em outubro. “Eu acredito que este número tende a aumentar devido ao desencanto e enfraquecimento dos partidos”, concluiu. Como alternativa, Rigotto defende a construção de uma nova Constituinte.