Depois de mais de cinco horas, Via Campesina desbloqueia BR-392, em Canguçu

Manifestantes bloquearam a rodovia em protesto para cobrar do governo gaúcho uma solução para a seca. | Imagem: Divulgação MST

Manifestantes bloquearam a rodovia em protesto para cobrar do governo gaúcho uma solução para a seca. | Imagem: Divulgação MST
Manifestantes bloquearam a rodovia em protesto para cobrar do governo gaúcho uma solução para a seca. | Imagem: Divulgação MST

Após assembleia, trabalhadores da Via Campesina liberaram, na tarde desta terça-feira, o trânsito pelo km 117 da BR 392, em Canguçu, na metade Sul. Eles permaneciam no local desde as 10h30min, em protesto para cobrar do governo gaúcho uma solução imediata para o problema da seca que atinge cidades da região. Conforme a assessoria, novas mobilizações devem acontecer nos próximos dias.
A manifestação começou, por volta das 7h30min, com uma marcha de cerca de 10 quilômetros, que passou pela ERS 256, pelas principais vias da cidade e pela BR 392. Os camponeses se concentraram no Trevo do Atacadão do Povo, que dá acesso a Canguçu e, de lá, foram até a BR, onde mais de duas mil pessoas participaram da mobilização. O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), informou que as ações fazem parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária.
Além da questão da estiagem, os trabalhadores também exigem a retomada dos assentamentos, a continuidade da execução do Programa Camponês e a realização de eleições diretas em 2018.
Estiagem
A estiagem que atinge a metade Sul, especialmente as regiões da Campanha, fronteira Oeste e Sul, prejudica o desenvolvimento de cadeias produtivas dos pequenos agricultores e assentados da Reforma Agrária. Segundo o dirigente nacional do MST, Ildo Pereira, a produção de leite teve cerca de 70% de perda e muitas famílias desistiram da atividade. O cultivo de hortifrutigranjeiros também registrou prejuízos, e a falta de chuva por mais de três meses secou 90% dos açudes de pequeno porte.