Assad critica "campanha de mentiras dos EUA" no Conselho de Segurança

O presidente da Síria, Bashar al Assad, criticou hoje (15) o que chamou de “campanha de falácias e mentiras” contra seu país por parte de Estados Unidos, França e Reino Unido no Conselho de Segurança da ONU, durante uma reunião em Damasco com deputados russos. A informação é da agência EFE.
“A agressão tripartite com mísseis contra a Síria foi acompanhada de uma campanha de falácias e mentiras no Conselho de Segurança por parte dos mesmos países agressores contra a Síria e a Rússia”, alegou Assad, segundo um comunicado divulgado em sua conta no Telegram.
O líder sírio disse ainda que Rússia e Síria “não só estão em uma batalha contra o terrorismo, mas também para proteger a lei internacional baseada no respeito à soberania dos Estados soberanos e à vontade dos seus povos”.
Ainda segundo o comunicado, Assad fez estas declarações durante um encontro com uma delegação do partido Rússia Unida, ao qual o presidente russo, Vladimir Putin, é filiado.
A agência de notícias estatal síria (Sana) acrescentou que os parlamentares russos afirmaram que “a agressão tripartite contra a Síria é uma violação clara das convenções internacionais e ocorreu em um momento em que os sírios tentam restaurar a estabilidade e continuar o processo de reconstrução”.
Russos derrubaram 70 mísseis, diz Assad
Assad elogiou aos parlamentares russos os velhos sistemas de defesa antiaérea do país, de origem soviética e que, segundo ele, derrubaram mais de 70 mísseis lançados no ataque conjunto de Estados Unidos, Reino Unido e França na madrugada de sexta-feira (13) para sábado (14).
Segundo o deputado Dmitri Sablin, que participou da reunião, Assad disse que o bombardeio foi repelido com foguetes fabricados nos anos 70. “Os filmes americanos nos dizem que o armamento russo é antiquado, mas agora vimos quem realmente está atrasado”, afirmou o presidente sírio, segundo Sablin.
O parlamentar disse a jornalistas de seu país em Damasco que Assad calcula em US$ 400 bilhões a conta para reconstruir o país árabe depois da guerra.
Segundo Sablin, Assad prometeu dar preferências às empresas russas na reconstrução da Síria e vetar a participação de companhias ocidentais em licitações.
O ataque com mísseis contra várias instalações militares sírias foi dirigido, segundo Washington, a locais onde eram produzidas e armazenadas armas químicas, incluindo as que teriam sido usadas no suposto ataque contra a cidade de Duma, na província de Ghouta Oriental.
Segundo a Rússia, entre os alvos do ataque estavam um centro de pesquisa científica em Damasco, um quartel da Guarda Republicana, uma base de defesa antiaérea, vários aeroportos militares e armazéns com armas.
O chefe do Kremlin denunciou ontem que a “agressão” à Síria ajuda os terroristas que atuam no país árabe e advertiu que o ataque ameaça o sistema de relações internacionais.