PGR denuncia Bolsonaro por racismo ao STF

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou por racismo, nesta sexta-feira, ao Supremo Tribunal Federal (STF) o deputado federal e pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). A PGR pede R$ 400 mil por danos morais coletivos e o político, se julgado culpado, pode pegar pena de um a três anos de reclusão.
Conforme a ação, o caso ocorreu em abril de 2017, quando Bolsonaro discursou por cerca de uma hora no Clube Hebraica do Rio de Janeiro. “Logo no início do discurso, amplamente divulgado na internet e na imprensa, o deputado faz um paralelo da formação de sua família para destilar preconceito contra as mulheres”, cita a PGR, antes de reproduzir a fala: “Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher”, falou o político.
De acordo com a ação, Bolsonaro ainda “apontou seu discurso de ódio para os índios, impondo-lhes a culpa pela não construção de três hidrelétricas em Roraima e criticando as demarcações de terras indígenas”. Segundo o discurso do parlamentar, essas comunidades tradicionais “não fazem nada” e “nem para procriador eles (os índios) servem mais”.
Para Raquel Dodge, está evidenciado que Jair Bolsonaro praticou, induziu e incitou discriminação e preconceito contra comunidades quilombolas, inclusive comparando-os com animais. Durante o evento, o deputado também incitou a discriminação com relação aos estrangeiros, estimulou comportamentos xenofóbicos e discriminação contra imigrantes – o que é vedado pela Constituição e pela lei penal. A denúncia reúne ainda outros discursos de Jair Bolsonaro contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros.

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