"Tenho compromisso moral de auxiliar o governador na reeleição", diz Cairoli

Na manhã desta quarta-feira, ao final do evento em que seis novos secretários do governo Sartori tomaram posse, o vice-governador José Paulo Cairoli disse que o compromisso dele é o de auxiliar o governador na reeleição. Esta é a primeira vez em que um integrante do governo diz declaradamente que o governador disputará o cargo novamente nas eleições de outubro deste ano. O evento aconteceu na Casa da Música da Ospa, em Porto Alegre.
Ao ser questionado se pretende disputar novamente as eleições deste ano ao lado de Sartori, o vice-governador informou que foi contratado para terminar o mandato no dia 31 de dezembro e o que vem pela frente não cabe a ele tomar posição.
“O que eu afirmo é que eu estou num governo em que eu não imaginava que eu pudesse contribuir da forma como estou contribuindo. Não para resolver em quatro anos, mas dar um horizonte. A grande maioria do que se aprovou na Assembleia não vai resolver as coisas neste governo, nem no próximo, mas daqui a 20 anos nós teremos um outro Estado. É muito cedo, no meu entender, para pensar em qualquer proposta a não ser o compromisso moral que tenho de auxiliar o governador na reeleição dele”, salientou Cairoli.
O presidente estadual do MDB, deputado federal Alceu Moreira, já tornou público que Sartori é o pré-candidato do partido para disputar a reeleição. No entanto, o governador vem desconversando sobre o tema. Na quinta-feira passada, ele admitiu, pela primeira vez, que poderia ser candidato à reeleição. As declarações ocorreram em evento para vereadores peemedebistas na Câmara de Porto Alegre.
Justiça veda demissões e extinção do CNPJ da Fundação Zoobotânica
O vice-governador falou ainda sobre a decisão da Justiça de proibir o afastamento de técnicos e pessoal especializado do Jardim Botânico de Porto Alegre e do Museu de Ciências Naturais de suas atividades e funções, até que o governo apresente e aprove um plano de ações. A extinção da Fundação Zoobotânica foi aprovada pelos deputados estaduais em dezembro de 2016, juntamente com outros seis órgãos.
O pedido foi feito pela Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público do Rio Grande do Sul. A decisão do juiz Eugênio Couto Terra reafirma que todo o acervo patrimonial da Fundação Zoobotânica não pode sofrer qualquer transferência, seja a que título for, até que seja aprovado o plano de ação determinado na decisão liminar.
Para Cairoli, essa é mais uma ação do Judiciário de interferir no poder Executivo. “Quando se propõe o fechamento [de um órgão], é uma vontade do Executivo autorizado pelo Legislativo e isso foi feito. Eu fico surpreso em como o Judiciário pode se meter em tudo. Isso é um ato correto e que deve ser feito e que está tendo uma interferência. Isso mostra para a comunidade quanto é difícil mudar a estrutura do Estado brasileiro. As pessoas procuram ideologizar as coisas e nós queremos torná-las mais prática”, avaliou o vice-governador.
A assessoria da Procuradoria Geral do Estado revelou que ainda não havia sido informada oficialmente e, assim que for notificada, irá analisar a viabilidade de interpor recurso.