Ajuris repudia ataque a prédio de Cármen Lúcia

A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) manifestou repúdio aos atos de vandalismo praticados contra o prédio em que reside a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia. Em nota, assinada pela presidente da entidade, juíza Vera Lúcia Deboni, a associação de magistrados gaúchos sustenta que “o ato ultrapassou o mero dano ao bem material, atingindo o poder judiciário, sua independência e respeitabilidade”.
O posicionamento ainda critica o clima de “conflagração que tomou conta de alguns brasileiros” e que “para se conseguir a preservação da democracia e do Estado Democrático de Direito, é necessário manter o Poder Judiciário independente e sem ameaças”.
Na última sexta-feira, manifestantes ligados ao MST picharam com tinta vermelha o prédio onde fica o apartamento da ministra, em Belo Horizonte. Cármen Lúcia não presenciou o ataque, embora, pelo menos uma vez por mês, ela costume passar ali os fins de semana. Segundo apurou o jornal Estadão, a ministra, que pediu “serenidade” em pronunciamento por conta do julgamento do habeas corpus contra a prisão de Lula, ficou “assustada” com a agressão, que atingiu também o prédio do Ministério Público, em frente à residência dela.
Ainda durante o fim de semana, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen telefonou para a presidente do Supremo a fim de prestar solidariedade e apoio, oferecendo auxílio do governo federal até mesmo para a apuração do que aconteceu. O governo considerou “lamentável” o ocorrido.
Veja na íntegra a nota da Ajuris:  
“A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (AJURIS), vem a público manifestar, em nome da Magistratura gaúcha, repúdio ao ato de agressão à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, consubstanciado através de vandalismo praticado contra imóvel residencial da chefe do Poder Judiciário nacional. 
O ato evidentemente ultrapassou o mero dano ao bem material, atingindo o Poder Judiciário, sua independência e respeitabilidade como um todo. No clima de conflagração que, infelizmente, tomou conta de alguns brasileiros, atitudes como essa mostram a necessidade da afirmação da preservação da democracia e do Estado Democrático de Direito, para cujo sucesso é fundamental um Poder Judiciário independente e infenso a ameaças ou coações de qualquer tipo”.