Ato por Marielle e Anderson reúne milhares no centro do Rio

Um ato em memória da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes reuniu milhares de pessoas no centro do Rio, na noite desta terça-feira. Com o apoio de um carro de som, os manifestantes se concentraram junto à Igreja da Candelária e depois seguiram pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia, onde ocorreu um ato ecumênico aberto com uma apresentação da Orquestra Música pela Democracia.
Carregando faixas e cartazes pedindo justiça e vestindo camisetas estampadas com o rosto de Marielle, os manifestantes lembraram a luta da vereadora pelo direito da população negra, pobre, moradores de favelas e LGBTs. Do alto do carro de som, lideranças repetiam frases como “Marielle vive, favela resiste” e “vidas negras importam”.
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) discursou e exigiu apuração rápida do crime. “O medo não prevalecerá sobre a nossa resistência, neste Estado de exceção”, disse Glauber.
O integrante do PSTU Cyro Garcia disse que é necessário identificar quem apertou o gatilho e também os mandantes do crime. “As balas que mataram Marielle não vão nos calar. Nossa juventude negra está exposta a uma pena de morte informal”, disse.
A esposa de Anderson, Ágatha Reis, também discursou e lembrou da violência diária que atinge os moradores do Rio de Janeiro. “Nós representamos as pessoas que saem de casa todo dia e não sabem se vão voltar”, disse Ágatha. Também discursaram parentes de jovens mortos em chacinas ou em confrontos com a polícia. Muitos desses crimes até hoje seguem sem solução.
Durante o ato, uma das placas de identificação da Avenida Rio Branco foi adesivada com o nome “Rua Marielle Franco”.
Anderson e Marielle foram mortos a tiros na noite da última quarta-feira, no bairro do Estácio, após serem perseguidos por dois carros, desde a Lapa, onde ela participou do último compromisso político.