PMDB e PSDB articulam aliança para corrida pelo Piratini

Com o auxílio reservado de lideranças tucanas, os principais articuladores da candidatura do governador José Ivo Sartori (PMDB) à reeleição tratam como concreta a possibilidade de uma aliança com o PSDB ainda no primeiro turno da disputa ao Palácio Piratini. A tese voltou a ganhar fôlego após a retomada da aproximação em Porto Alegre, com rodadas de conversas entre o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB), parte dos vereadores do PMDB e dois articuladores de Sartori, o ex-secretário Luis Roberto Ponte e o deputado estadual Ibsen Pinheiro.
PMDB e PSDB ensaiaram uma aliança em Porto Alegre em outubro passado, mas, após os encontros se tornarem conhecidos, os peemedebistas alegaram se tratar de discussões sobre o IPTU. Ajudaram a esfriar as tratativas o fato de o ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite ser eleito presidente estadual do PSDB, em novembro, reafirmar sua candidatura ao governo, e os tucanos deixarem o primeiro escalão de Sartori, apesar de manterem o apoio na Assembleia.
Agora, as conversas entre Marchezan e o PMDB voltaram a se intensificar. Oficialmente, o PMDB nega que as negociações possam vincular apoio na Capital com eleição estadual. Ante a repercussão dos encontros, o partido lançou nota para “reafirmar sua independência” da gestão Marchezan. “Não tem e nunca teve em Porto Alegre qualquer discussão para participar do governo. Nada. O que tem é uma discussão que Marchezan tem feito com parte do partido. O PMDB quer estabelecer é que vai votar a favor do que for bom para Porto Alegre”, diz o presidente estadual do PMDB, deputado federal Alceu Moreira. Ele admite, no entanto, que a aliança com o PSDB na eleição estadual segue como cenário possível. “Teremos ali na frente uma definição sobre as candidaturas à Presidência da República. Isso pode ou não ter consequência nas candidaturas ao governo do Estado. Não estou dizendo que tem, digo que pode. Esse é um jogo com muitas possibilidades.”
Ponte é mais enfático. “O PMDB está em busca de alianças. Se PMDB, PSDB e PP continuassem unidos, a eleição seria um passeio.” Segundo ele, como PP e PSDB indicaram tendência de candidatura própria, o PMDB trabalha para manter a menos um dos dois aliados. “Existe o risco de uma aliança de PSDB e PP tirar o governador do segundo turno? Existe. Existem muitas possibilidades. Mas acho que não vai ter aliança PP-PSDB. Não desejo me estender sobre isso, digo apenas que é o meu sentir”, explica o articulador.