Taxa de desemprego na Região Metropolitana cresce entre as mulheres, aponta FEE

As vésperas do Dia Internacional da Mulher – comemorado na próxima quinta-feira, dia 08 de março – o cenário de oportunidades de trabalho para as mulheres na Região Metropolitana de Porto Alegre, não é nada festejado. Em 2017, a População em Idade Ativa (PIA) feminina recuou 1,0% e a População Economicamente Ativa — parcela da PIA que se encontrava ocupada ou desempregada — apresentou retração de 4,9%, devido à saída de 43 mil mulheres do mercado de trabalho da Região. Os dados foram divulgados nesta terça-feira através de uma pesquisa especial da Fundação de Economia e Estatística (FEE).
O mercado de trabalho regional apresentou comportamento adverso pelo terceiro ano consecutivo. A taxa de desemprego total aumentou de 10,7% em 2016 para 11,2% da População Economicamente Ativa (PEA) em 2017. O contingente de desempregados foi estimado em 205 mil pessoas, representando um incremento de 3 mil em relação a 2016. Apesar da saída numerosa de pessoas do mercado de trabalho (menos 55 mil pessoas, ou -2,9%), o nível ocupacional reduziu-se em maior montante (menos 58 mil pessoas ocupadas, ou -3,4%), o que resultou na elevação do contingente de desempregados. O total de ocupados foi estimado em 1.628 pessoas, sendo 44,9% de mulheres.
Entre os homens, a População em Idade Ativa apresentou expansão de 1,5%, e a PEA diminuiu em 1,2%, com a saída de 12 mil pessoas do mercado de trabalho. É importante destacar que esse é o segundo ano de retração da PEA para ambos os sexos. Em relação ao total de desempregados, as mulheres eram 48,6% em 2016 e passaram para 50,4% em 2017, voltando a ser maioria. Destaca-se que, entre as desempregadas, observou-se leve crescimento para aquelas em condição de chefe de domicílio, passando de 24,8% em 2016 para 25,1% em 2017, comportamento semelhante ao dos homens, cuja participação passou de 42,9% para 43,2% na mesma base comparativa.
O tempo médio de procura por trabalho aumentou em três semanas, ao passar de 35 semanas em 2016 para 38 semanas em 2017. Para as mulheres, o aumento foi mais intenso em 2016, eram 35 semanas, e, em 2017, 39 semanas. Já para os homens, o tempo médio aumentou de 35 semanas para 37 no último ano. É importante ressaltar que, após alguns anos de estabilidade desse indicador, o ano de 2017 foi o mais severo para ambos os sexos.
Outro dado da pesquisa é que pelo terceiro ano consecutivo, cresceu o contingente de mulheres ocupadas no emprego doméstico (4,4%), sendo que houve aumento de 16,1% entre as diaristas e redução de 1,2% entre as mensalistas. Esses dados indicam um processo de precarização do mercado de trabalho para as mulheres, à medida que aumentam as ocupações consideradas de menor qualidade. Observa-se que, neste contexto de crise e redução do emprego assalariado, o emprego doméstico parece ser uma alternativa de trabalho para as mulheres, e o trabalho autônomo para os homens.
Queda nos salários
O rendimento médio real dos ocupados na Região Metropolitana de Porto Alegre, em 2017, manteve o processo de queda iniciado em 2015. A redução no rendimento médio real entre as mulheres foi de 2,9% (passando de R$ 1.747 para R$ 1.696), e, entre os homens, de 4,8% (passando de R$ 2.176 para R$ 2.072). A pesquisa aponta ainda que esse é o terceiro ano consecutivo em que a redução do rendimento médio real é menor entre as mulheres do que entre os homens.