Pela primeira vez, Câmara de Porto Alegre terá uma representante transexual

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A vereadora suplente Luísa Stern (PT) será a primeira mulher transexual a assumir uma cadeira na Câmara Municipal de Porto Alegre. A advogada e militante da causa LGBT será empossada no dia 7 de março, véspera do Dia Internacional da Mulher. Na Câmara, a vereadora suplente vai atuar entre os dias 7 e 9 de março. A entrada da primeira mulher transexual no Legislativo ocorre em função do licenciamento dos vereadores Marcelo Sgarbossa e Aldacir Oliboni, ambos do PT. No último pleito, a petista computou 541 votos.
Para Luísa Stern, a entrada de uma parlamentar transexual representa o rompimento em uma Câmara conservadora. “É uma quebra de paradigma. Em Porto Alegre, e praticamente todas capitais brasileiras, isso nunca aconteceu antes. Então, estamos rompendo uma barreira e mostrando que é possível sim, que uma mulher trans seja candidata, mas que acima de tudo possa exercer com plena competência um mandato”, destaca.
Em função da falta de representatividade da sociedade trans na esfera política, Luísa Stern defende a postura adotada pelo PT de Porto Alegre, que vêm apostando no rodízio dos mandatos para alçar novas caras no Legislativo. “Espero que isso sirva de exemplo para que mais pessoas sejam encorajadas a se candidatar e que em outros partidos e outras cidades este rodízio seja realizado para que suplentes, que defendem causas de minorias, também tenham oportunidade, em algum momento, de exercer o mandato”, pontua.
Se na Capital apenas em 2018, uma mulher transexual ocupará uma cadeira na Câmara, Luísa ressalta a trajetória da vereadora Kátia Tapety (então PFL), que foi a mais votada em Colônia, no Piauí, por três vezes. Kátia foi a primeira travesti a se eleger a um cargo político no Brasil em 1992, 1996 e 2000. Pelo PPS, ela foi presidente da Câmara Municipal no biênio 2001-2002. Em 2004 foi eleita vice-prefeita da cidade de Colônia.