Cpers vai ao Ministério Público contra fechamento de escolas públicas estaduais

A poucos dias do início do ano letivo, o Cpers Sindicato foi ao Ministério Público para denunciar o fechamento de escolas públicas estaduais pelo governo gaúcho. O encontro aconteceu na última sexta-feira, em Porto Alegre.
De acordo com o Sindicato, com o fechamento das instituições, o governo pretende a municipalização das escolas e retirar do Estado a responsabilidade da educação pública. Segundo a secretária-geral do Cpers, professora Cândida Rosseto, a entidade entregou ao MP um levantamento feito através de denúncias e abrangem desde a não abertura de novas turmas até o fechamento de instituições de ensino. Para ela, o maior problema é a falta de diálogo da Secretaria de Educação com a sociedade.
“Não existe um amplo debate com aqueles que são atingidos diretamente pela medida, que são os alunos, pais, professores e funcionários. Nós temos uma posição contrária, porque a centralidade de como o governo opera tem o objetivo de diminuir os investimentos”, disse a dirigente.
Um dos casos específicos tratados no encontro do CPERS com o Ministério Público foi o fechamento da Escola Estadual São Francisco, localizada no município de Três de Maio, no Noroeste do Estado. A crítica do Sindicato é que a escola que tem mais de 230 alunos é a única que oferece Ensino de Jovens e Adultos na região e que, a partir de agora, os estudantes terão que se deslocar quatro quilômetros para continuarem estudando. “Dessa forma, o fechamento das escolas prejudica a qualidade do ensino que é oferecido à sociedade”, salienta a professora
No Ministério Público, os professores foram recebidos pela promotora Denise Casanova Villela, que informou que está acompanhamento o fechamento das escolas no Estado e encaminhará para cada promotoria regional a preocupação do CPERS, para que cada caso seja averiguado.
O Secretário de Educação, Ronald Krummenauer, não quis se manifestar. A reportagem apurou com assessores da Pasta que os alunos da Escola São Francisco irão estudar no centro da cidade e terão o transporte custeado pelo município. O prédio da instituição passará para a administração municipal que ampliará o acesso à educação infantil.