Simers alega que médicos infectologistas de Canoas teriam se desligado por falta de pagamento

Quatro médicos coordenadores da área de infecção do Hospital Universitário e do Pronto Socorro de Canoas, na Região Metropolitana, teriam se desligado do Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp), terceirizada que presta serviço à Prefeitura, em razão do atraso de 90 dias nos salários, de acordo com o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers). O desligamento teria ocorrido no último domingo.
De acordo com o presidente Paulo de Argollo Mendes, a situação é alarmante, pois o controle de infecção é uma área de extrema importância.
“A questão é grave porque trata do risco de infecção hospitalar, a proliferação das superbactérias, bactérias de difícil controle, que não têm antibiótico. A maneira de evitar que isso aconteça [as infecções] é a prevenção, o descarte correto do lixo hospitalar e tudo que possa apresentar risco. São uma série de providências internacionalmente estabelecidas”, explica Argollo.
Entretanto, a secretária da Saúde de Canoas, Rosa Groenwald, nega que a situação tenha acontecido.
“No mesmo momento que fomos informados, ontem, entramos em contato com a superintendência do hospital que negou a situação. Agora estamos com uma equipe de fiscalização da Secretaria de Saúde nos hospitais para verificar se os funcionários estão trabalhando”.
Nos últimos dois anos, o Simers vem denunciando o Gamp por atraso de salários, falta de medicamentos e número de profissionais reduzidos para prestar o serviço. “Eu não entendo o que prende Canoas a essa empresa que presta um serviço de péssima qualidade para a população. Ninguém entende a preferência por essa empresa”, questiona Argollo.
De acordo com a prefeitura, existem problemas com o Gamp, mas vários deles foram herdados da terceirizada anterior. A secretária Rosa ainda critica a postura do Simers que, segundo ela, sempre soube dos problemas anteriores, mas não fez nada.
“Temos uma série de problemas com a empresa, mas muitos que foram deixados pela terceirizada anterior. O próprio sucateamento e filas, encontramos há um ano. Nesse tempo já mudamos muito o quadro. Aliás, na gestão passada o Simers sabia disso [sucateamento] e não tomou providências. Estamos trabalhando com afinco há um ano para tentar melhorar”, contesta Rosa.
Além disso, a secretária explana que a Gamp presta o serviço por meio de uma licitação e que não se pode trocar o serviço “quando bem quiser”.