Justiça rejeita liberdade a líder de seita suspeito de sacrificar crianças em NH

Por unanimidade, o Tribunal de Justiça negou o pedido de liberdade do líder de uma seita suspeito de ter sacrificado duas crianças durante um ritual macabro para atrair prosperidade, no Vale do Sinos. Nesta quarta-feira, a 1ª Câmara Criminal do TJ julgou o pedido de habeas corpus – que já havia sido negado em caráter liminar pelo desembargador Sylvio Baptista Neto – relator do caso – em 10 de janeiro.
Na sessão de ontem, os desembargadores Manuel José Martinez Lucas e Honório Gonçalves da Silva Neto acompanharam o voto do relator. O pedido havia sido impetrado pela antiga defesa do bruxo.
O investigado, com isso, segue detido na Penitenciária Estadual do Jacuí (Pej), em Charqueadas. Desde a detenção, ele sempre negou qualquer envolvimento com o crime e ainda garantiu não conhecer os outros suspeitos de participação no caso.
Dos sete investigados, cinco estão detidos: além do bruxo, os dois homens suspeitos de terem encomendado o ritual para atrair prosperidade, o filho de um deles e um seguidor da seita. Seguem foragidos o argentino apontado como o suposto responsável pelo tráfico das crianças do país vizinho e o outro filho de um dos encomendadores.
O que se sabe do caso
Em 4 de setembro de 2017, duas crianças foram encontradas esquartejadas no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. As partes dos corpos haviam sido embaladas em sacolas plásticas e em caixas de papelão em um mato às margens da rua Porto das Tranqueiras.
Segundo a perícia, os corpos são de um menino, entre 8 e 9 anos, e de uma menina, entre 10 e 12. As crianças são irmãs apenas por parte de mãe. Há a suspeita de que elas sejam argentinas, provavelmente da região de Corrientes, e tenham sido trocadas por uma caminhonete roubada.
O suposto ritual pode ter sido encomendado por dois empresários do ramo imobiliário para atrair prosperidade aos negócios da família. Os homens, de Novo Hamburgo, pagaram supostos R$ 25 mil à vista para o líder da seita realizar o sacrifício.
O homem que se autodenomina bruxo mantinha um templo em Gravataí, onde os rituais ocorriam. Durante escavações no terreno onde fica a casa, foi localizado um fêmur de um animal.
Uma testemunha garante que viu parte do ritual. Em depoimento, ela relatou que, ao passar pelo local, viu as duas crianças usando capuz. Essa pessoa também informou a polícia o nome dos sete investigados – seis deles avistados em um círculo durante o ritual.

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